Rio - O município do Rio de Janeiro registrou nesta quinta-feira (9) o maior número de internados por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) desde fevereiro. De acordo com o Painel Rio Covid-19, há atualmente na rede pública da capital 122 pacientes e outros cinco aguardando por vaga. A última vez que a cidade ultrapassou esse número foi em fevereiro, quando no dia 13 haviam 132 pessoas em leitos de enfermaria e outras 76 em Unidade de Terapia Intensiva.
De acordo com o secretário municipal de Saúde do Rio, Rodrigo Prado, 85% dos internados estão com a situação vacinal atrasada ou não foi imunizado. "Para chegarmos nessa porcentagem, consideramos todos que tenham qualquer atraso no esquema vacinal, ou seja, com a primeira dose ou com as doses de reforço atrasadas. Por exemplo, um paciente com 53 anos com a última dose de reforço atrasada já entra nesse levantamento", explicou Prado.
O aumento de casos da doença nos dois primeiros meses do ano, por causa da variante Ômicron, provocou uma busca a postos de vacinação e testagem na cidade. Na ocasião, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) chegou a abrir pontos de testagem. As contaminações diminuíram entre março e abril, com o avanço da aplicação do primeiro reforço, mas o cenário piorou em maio. As autoridades vêm atribuindo o crescimento à sazonalidade, já que os vírus se proliferam com mais facilidade em épocas mais frias.
Entre os dias 15 e 21 de maio foram realizados nos postos da cidade 18.125 testes de antígeno em pessoas que apresentaram sintomas de síndrome gripal. Na semana seguinte, o número subiu para 37.733. Na última semana foram feitos 64.697, e na semana epidemiológica 23, que começou a ser observada no último domingo (5) e que se estende até o próximo sábado (11), já são 30.067. A taxa de positividade nesses períodos foi de, respectivamente, 13%, 17%, 21% e 22%.
Apesar do aumento na positividade, o número de casos graves ainda é considerado pequeno, por causa da alta cobertura vacinal. Atualmente, 88,1% da população total carioca têm o esquema vacinal primário completo. O primeiro reforço contemplou 67,5% dos maiores de 18 anos. Já o segundo alcançou 59,4% dos idosos e 14% da faixa etária entre 50 e 59 anos.
Nesta quinta-feira (9), as 233 unidades de Atenção Primária, além de oferecerem os testes, voltaram a aplicar a Pfizer adulto para pessoas com 12 anos ou mais, depois da entrega de 400 mil doses. O estoque do município estava desabastecido e haviam cerca de 80 mil adolescentes com a segunda dose em atraso. Hoje, no Centro Municipal de Saúde João Barros Barreto, em Copacabana, na Zona Sul, duas grandes filas se formaram para a realização do exame e aplicação de vacinas, que também aumentaram.
Segundo Prado, entre a última quinta-feira (2) e esta quarta-feira (8) foram aproximadamente 100 mil doses oferecidas. "De quinta-feira até ontem, quase 100 mil cariocas procuraram os postos para tomar a dose de reforço. Isso é muito importante, as pessoas precisam se vacinar", afirmou.
Até o momento, a cidade já aplicou 16.590.049 doses contra a covid-19.
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