Caso Henry Borel: Jairinho e Monique serão interrogados no próximo dia 13Cleber Mendes

Rio - A juíza Elizabeth Machado Louro, do 2º Tribunal do Júri, negou nesta terça-feira (7) os pedidos da defesa do ex-vereador e médico Jairo Souza, o Dr. Jairinho, para que as médicas que prestaram atendimento a seu enteado, Henry Borel Medeiros, no dia da morte da criança, prestasse novos depoimentos.
Jairinho e Monique Medeiros, mãe do menino, foram acusados pela morte do menino, em março de 2021.  No seu despacho, a magistrada indeferiu as oitivas pretendidas das três médicas já inquiridas, do radiologista apontado na assentada, dos dois técnicos de necropsia e da perita legista Gabriela Graça. 
"Em resumo, o que pretende a defesa do réu Jairo com a reabertura da instrução processual, não apenas surge desnecessário diante dos extensos esclarecimentos prestados na última audiência, aí incluídas as várias hipóteses levantadas pelo assistente indicado pela mesma defesa, como também se presta a desvirtuar o propósito da produção da prova da materialidade, contra a qual se insurge a defesa, desde que, em nenhum momento, veio claramente afastada a causa mortis, afirmada oficialmente como sendo hemorragia interna (...)", escreveu a magistrada. 
Na semana passada, durante o depoimento do assistente técnico Sami El Jundi, contratado pelo ex-vereador, ele disse que Henry Borel chegou vivo ao hospital. O perito sugeriu ainda que o menino possa ter morrido durante os procedimentos de reanimação realizados no hospital Barra D'or, onde foi atendido.
Ainda na decisão, Elizabeth Louro atendeu uma solicitação feita pela promotoria do caso fosse expedido um ofício ao Conselho Federal de Medicina, com a intenção de esclarecer se o perito Sami El Jundi poderia prestar o tipo de consultoria como perito para a defesa de Jairinho sem solicitar licença ao Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul.
A nova oitiva de Jairinho, solicitada por sua defesa, será no dia 13 de junho. No mesmo dia, Monique Medeiros também poderá ser interrogada de novo.
Os advogados Cláudio Dalledone e Flávia Fróes, que defendem o ex-vereador, se manifestaram por meio de um comunicado à imprensa.
"A defesa já esperava esta decisão da juíza e novamente vai buscar no TJRJ o direito à ampla defesa do médico e ex-vereador Jairinho. A mesma magistrada não queria ouvir os peritos que revelaram, entre outras coisas, uma série de contradições e omissões no laudo de necropsia de Henry Borel, além de comprovar com documentos do Barra D'Or, que o menino chegou vivo ao hospital, contrariando assim a reconstituição do caso. A morte de Henry Borel é cercada de dúvidas que precisam ser esclarecidas e tais depoimentos são fundamentais para isso".