Dois funcionários do prédio onde idosa e diarista foram encontradas mortas são conduzidos à delegacia para deporReginaldo Pimenta / Agência O Dia

Rio - Policiais da Divisão de Homicídios da Capital estiveram no fim da manhã desta sexta-feira (10) no Edifício Murca, no Flamengo, onde a diarista Alice Fernandes da Silva, de 51, e a patroa, Martha Maria Lopes Pontes, de 77 anos, foram encontradas mortas dentro do apartamento, na quinta-feira (9). Os agentes estiveram no local para apurar mais informações e também para procurar por câmeras de segurança de prédios vizinhos que possam ajudar nas investigações.
Por volta das 14h, a viatura da polícia deixou o local conduzindo dois funcionários do condomínio à delegacia para prestar depoimento.
Familiares das vítimas suspeitam que pintores que trabalharam recentemente em uma obra no imóvel de Martha sejam os responsáveis pelo crime. Mais cedo, ao chegar ao Instituto Médico Legal para reconhecer e liberar o corpo da mãe, Diogo Fernandes, comentou sobre a suspeita.
"Eu vi imagens das câmeras de segurança. Aparecem dois homens. Eles tinham pele escura e estavam de boné. A filha da dona Martha, dona Leonora, disse que esses homens estavam coagindo, contando historinha triste e pedindo mais dinheiro. Já tinham voltado lá umas duas vezes e a dona Martha não deu. O trabalho já tinha sido finalizado e todo pago, mas eles estavam voltando e pedindo mais dinheiro. Dessa vez, minha mãe estava lá, também, e aconteceu tudo isso aí. É muita maldade fazer isso com duas mulheres indefesas. Duas mulheres. Minha mãe tinha três filhos, seis netinhos. É muita crueldade, gente", disse aos prantos.
Emocionado, ele ainda disse que sempre deixava a mãe no trabalho: "Ontem mesmo eu dei um beijo na testa dela e falei que mais tarde ia buscá-la. Quando deu umas três e meia comecei a ligar, ligar e nada. Chegando no prédio, vi as ambulâncias e percebi que tinha acontecido alguma coisa com a minha mãe."
Alice Fernandes trabalhava há mais de 20 anos para a família de Martha Maria Lopes Pontes, de 77 anos, moradora do 12º andar do Edifício Murca, na Avenida Ruy Barbosa. As duas foram encontradas mortas com o corpo carbonizado e os pescoços cortados.