Em maio, prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, vistoriou obras e ouviu as demandas dos moradoresDivulgação
A começar pelo prefeito Rubens Bomtempo (PSB), que teve apoio do governador Cláudio Castro (PL) durante o período de mortes e estragos. Com relações mais estreitadas com Castro e aliados, Bomtempo ainda terá que dividir atenção com o rival do atual ocupante do Palácio Guanabara, Marcelo Freixo (PSB), que é do mesmo partido e ainda equilibrar a receptividade com o pré-candidato ao Senado pelo PT, André Ceciliano, velho conhecido dos tempos de Alerj, onde o prefeito petropolitano foi deputado até o fim de 2021.
Com orçamento anual de mais de R$ 1 bilhão, os investimentos do Governo do Estado para reconstrução do município e para atividades de mitigação dos impactos sociais na população passaram a ser uma espécie de novo tesouro. Só em intervenções emergenciais e obras de infraestrutura foram desembolsados R$ 620 milhões. O Governo do RJ ainda autorizou a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) a destinar um total de R$ 30 milhões do Fundo Especial da casa para a Prefeitura de Petrópolis. Pela União, foram enviados R$ 28 milhões em emendas, além de R$ 2,3 mi, que saíram dos cofres do Governo Federal ainda de imediato.
Com tantos recursos, há quem compre briga por transparência. É o caso do presidente da Comissão que apura a tragédia pela Alerj, o vice-líder de governo Rodrigo Amorim (PL). A ideia é tentar transformar em CPI, para poder intimar Bomtempo e os secretários municipais, que andam faltando às audiências que são convidados. Na Comissão, ainda há outros ex-colegas de Bomtempo que não o perdoam, alguns contam com equipe no município para fiscalizar a aplicação da verba emergencial e responsabilidades. O petropolitano Marcus Vinicius (PTB) também integra a composição e tem contado com projetos, em especial, do Segurança Presente em áreas atingidas, com direito à presença de Claudio Castro e Bomtempo.
O senador Carlos Portinho (PL) também é quadro político presente na área e integrou, junto com Romário (PL), a Comissão Temporária Externa de Petrópolis, encerrada em maio. De ambos, somente Romário deve vir candidato, já que o mandato de Portinho ainda não completou os oitos anos de mandato de senador. Sem contar com o deputado federal Daniel Silveira (PL) que pode ser o nome do partido no páreo para o Senado Federal, que tem endereço eleitoral na Cidade de Pedro, concorrendo com Ceciliano, caso a candidatura do petista se confirme.
Espólio das Eleições de 2020
Candidatos a prefeitos também viraram, da noite para o dia, parcerias para lá de desejadas. O ex-prefeito derrotado por Rubens Bomtempo por um pouco mais de 12 mil votos no segundo turno, Bernardo Rossi (SDD) é pré-candidato a deputado estadual e já se aproxima de Max Lemos (Pros). Foi convidado a se filiar ao partido um pouco depois de Petrópolis sofrer com as chuvas. Pela legenda, ainda há o candidato a prefeito de 2020, Professor Leandro Azevedo (SDD), que ficou em terceiro lugar, com uma diferença de quase 200 votos para Rossi e conquistou 23.719 eleitores, mais de 16% dos votos válidos. Azevedo deve vir a federal e aposta em projetos junto ao Governo do Estado nas áreas de Cultura e Esportes para a cidade, incluindo bairros atingidos. A parceria deve atrair nomes oriundos de outras localidades fluminenses.
Com mais de 16 mil votos, o quarto lugar na corrida pela liderança do Executivo local e último dos que alcançaram cinco dígitos para a vaga hoje ocupada por Bomtempo, Elias Monte (PTB) se filiou ao partido de Marcus Vinicius ainda neste ano e se declarou pré-candidato a deputado estadual pelas redes sociais.
Como a eleição ficou sub judice até 2021, o presidente da Câmara dos Vereadores, Hingo Hammes, se aproximou de Castro em um ano de mandato na Prefeitura e deve ser também uma das parceiras mais almejadas entre os candidatos.
Outra peça-chave na cidade é a mulher mais votada entre as vereadoras nas últimas eleições, Gilda Beatriz (PSD), que deve tentar uma vaga no Legislativo Estadual neste ano, em parceria com o deputado federal Hugo Leal, do mesmo partido. Em 2018, Gilda obteve quase 17 mil votos, na época, pelo MDB, na tentativa de ser mais uma petropolitana do quadro da Alerj. Já em 2020, a vereadora ficou em segundo lugar com 2.825 votos já no partido liderado por Eduardo Paes no Estado.
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