16ª DP (Barra da Tijuca) investigou o caso e pediu pelo arquivamentoReprodução/ Google Maps

Rio - A Polícia Civil encerrou as investigações sobre o caso do motorista de aplicativo suspeito de tentar dopar uma passageira durante uma corrida de aplicativo e solicitou o arquivamento do caso. Segundo a defesa de Paulo Sergio Alves Guimarães, de 37 anos, no relatório final da 16ª DP (Barra da Tijuca) consta que a investigação não identificou crime de lesão corporal. No laudo realizado pela polícia, também foi comprovado que o líquido borrifado dentro do carro era álcool 70%. Agora, o motorista vai denunciar a mulher por calúnia e difamação. 
O caso aconteceu no dia 2 de maio deste ano, quando uma engenheira, que terá o seu nome preservado nesta matéria, publicou nas suas redes sociais a foto do motorista junto com o relato que dizia que o Paulo havia borrifado uma substância suspeita e manteve as janelas fechadas, o que a fez quase perder os sentidos durante a viagem.

Segundo ela, o caso aconteceu por volta das 11h em uma corrida de São Conrado em direção à Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Na altura do Elevado do Joá, o motorista teria usado o spray, dizendo ser álcool. Entretanto, ela estranhou após se sentir mal. De acordo com ela, o motorista decidiu parar e ela então conseguiu chegar a uma loja de conveniência para pedir ajuda. Após o caso, a jovem tornou o perfil no Instagram privado. Logo após a repercussão, ela apagou a publicação.
De acordo com a advogada do motorista, Marisol Souza, as contradições no depoimento da engenheira, somado ao resultado do laudo, motivou o pedido de arquivamento ao Ministério Público, e posteriormente o envio ao Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ). "Solicitamos uma petição dentro do inquérito policial pedindo o arquivamento e expondo todos os fatos contraditórios da passageira, como por exemplo os horários, as declarações diferentes para a imprensa e depois em depoimento oficial na delegacia", explicou.
Para Paulo, a decisão veio como um alívio para sua família. "Não tenho palavras para descrever o alívio do arquivamento do inquérito. A todo momento eu só queria provar minha inocência e limpar a minha imagem. Agradeço a todas as pessoas que confiaram em mim", disse ao DIA.
A esposa do motorista, Carolina Guimarães, também se mostrou satisfeita com o resultado. "Hoje é um dia de vitória na nossa casa, na nossa família. A vitória que estávamos aguardando para comprovar a inocência do meu marido. A gente tinha certeza que a justiça ia prevalecer", disse.
Segundo Paulo, a foto dele viralizou nas redes sociais e ele passou a correr risco de vida. "Eu sinceramente não sei o que passou na cabeça dela para criar essa história, porque álcool nunca fez mal a ninguém, inclusive, para mim, o passageiro quando sente o cheiro do álcool, ele até até gosta, ele sabe que no meu carro não vai pegar covid", disse o motorista.
Motorista voltou a trabalhar na Uber
Após alguns dias banido do aplicativo de corrida, a Uber voltou atrás e autorizou o retorno de Paulo Sérgio à plataforma. Motorista de aplicativo há cinco anos, com mais de 12 mil corridas e qualificação 4,94 de 5 estrelas, Paulo diz que nunca recebeu uma reclamação ou foi alvo de acusações tão graves como desta vez. Ele ainda pontuou que depois do fato, sua nota como motorista chegou a aumentar.
Procurada para comentar sobre a decisão do arquivamento e do processo de calúnia e difamação, a engenheira ainda não foi localizada pela reportagem. O Ministério Público do Rio ainda não informou se recebeu o pedido de arquivamento para enviar ao TJRJ.