Familiares de Bruno Longobuco estiveram no IML de Tribobo para reconhecer e liberar o corpo, nesta quinta feira (23).Marcos Porto/Agencia O Dia
Família de técnico em informática morto em São Gonçalo desconfia de emboscada: 'Tiro foi direcionado para o carro'
Parentes dizem que vítima seguia para restaurante do patrão, dirigindo o carro dele, mesmo com local fechado e fora do expediente
Rio - Familiares de Bruno Longobuco desconfiam que a técnico em informática tenha sido vítima de uma emboscada, na noite desta quarta-feira (22), quando foi morto a tiros, no bairro do Jardim Catarina, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. O homem dirigia pela Avenida Doutor Albino Imparato, quando foi alvo de disparos. Parentes estiveram na manhã desta quinta-feira (23) no Instituto Médico Legal (IML) de Tribobó, no mesmo município, para reconhecer e liberar o corpo.
De acordo com uma prima, a empresária Mariana Longobuco, a família foi informada de que ele foi baleado durante um confronto entre policiais e criminosos na região. Entretanto, descobriram que Bruno já havia encerrado o expediente, mas o patrão pediu para que ele fosse até o seu restaurante, que fica no bairro. O homem então seguiu para o local, dirigindo o carro do chefe, e acabou sendo atingido.
"A realidade foi que não houve confronto, que o patrão dele, que na realidade tem duas empresas, e ele só trabalhava para uma, que não era no (Jardim) Catarina, e lá funcionava um restaurante, que já estava fechado. O patrão mandou ele ir lá, com o restaurante fechado, sem o patrão estar lá. Esse está o sendo grande ponto de interrogação. O tiro foi direcionado para o carro que, inclusive, era do próprio patrão", afirmou a prima.
Segundo o tenente-coronel Aristheu de Góes, do 7º BPM (São Gonçalo), uma viatura do serviço reservado da Polícia Militar foi atingida a tiros de fuzil por trás, por criminosos. O veículo em que a vítima estava também foi alvejado na traseira, no momento do disparos. Ainda de acordo com o militar, não houve troca de tiros. Em nota, a PM informou que uma equipe encontrou Bruno baleado e já sem vida no carro. "A autoria e motivação do crime são desconhecidas", completou a corporação.
Ainda de acordo com Mariana, familiares não sabem o motivo do técnico ter sido mandado ao estabelecimento, que estava fechado, e ainda não tiveram contato com o patrão de Bruno. A vítima morava no bairro do Arsenal e a empresa em que ele trabalhava com a manutenção de impressoras fica no Empresarial Parque das Águas, no Colubandê. O Jardim Catarina não fazia parte de seu perscurso diário, como contou a irmã, Lucilene Longobuco, em entrevista ao 'BDRJ' da TV Globo.
"Os tiros foram direcionados para o meu irmão. Diretamente para ele. Coincidência ou não, eu não acredito em coincidências, mas ele tem as mesmas características físicas que o patrão dele. Ele foi direcionado para um restaurante que não estava em horário de funcionamento e nem estava funcionando, isso era 18h da noite, dentro de um local em que há confronto e o patrão já tinha ciência disso. Então, eu quero entender o que o meu irmão foi fazer lá, se no horário que aconteceu, ele já estaria em casa com a filha e a esposa, que estava ansiosa aguardando pela chegada dele, como todos os dias. Ele estava em um local totalmente distinto, que não é o percurso dele, nem para ir para casa e nem de trabalho".
De acordo com a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG), as investigações estão em andamento para esclarecer todos os fatos. O corpo de Bruno será sepultado nesta quinta-feira, às 16h30, no Cemitério Parque da Paz, no bairro do Pacheco, em São Gonçalo. A vítima deixa esposa e uma filha de seis meses.
"Foi muito trágico, muito doloroso, porque o meu irmão era um homem de família. Ama a filha e a esposa e toda a família. Caseiro, não é aquela pessoa que fica em bagunça, sai, gosta de sair, de barzinho, não é assim. Ele é extremamente caseiro, ele curte a família. Então, foi muito doloroso a perda de uma pessoa assim tão jovem. Ele era uma ótima pessoa, ajudava qualquer pessoa que precisasse. Hoje, eu estou aqui, infelizmente, para reconhecer o corpo do meu irmão", lamentou Lucilene.
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