Operação na Favela do Jacarezinho deixou 28 mortosReginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Mortes no Jacarezinho: Juiz determina nova audiência para ouvir testemunhas de defesa de policiais
O advogado de defesa dos policiais, Gabriel Habib, informou que ainda não há data definida para a segunda audiência
Rio - O juiz Daniel Werneck Cotta, da 2ª Vara Criminal da Capital, determinou uma nova audiência, desta vez, para ouvir as testemunhas de defesa dos policiais civis Douglas de Lucena Peixoto Siqueira e Anderson Silveira Pereira, denunciados por morte na operação policial no Jacarezinho, na Zona Norte do Rio. A ação policial deixou 28 mortos em maio de 2021. De acordo com o advogado de defesa dos policiais, Gabriel Habib, ainda não há data definida para a segunda audiência. Nesta quarta-feira (29), ocorreu a primeira audiência de instrução e julgamento do caso.
Lotados na Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil (Core), os dois policiais foram denunciados pela morte de Omar Pereira da Silva. De acordo com a denúncia do Ministério Público, Siqueira cometeu o homicídio de Omar e Pereira fez as fraudes: remoção de cadáver antes da perícia, apresentação falsa de uma pistola e um carregador, além de "plantar" uma granada no local onde Omar foi morto.
"Nós estamos confiantes de que iremos provar que os policiais agiram em legítima defesa e serão absolvidos", disse o advogado ao fim da primeira audiência, que terminou por volta das 21h30.
De acordo com o MPRJ, a vítima estava dentro de uma casa na Travessa São Manuel, número 12, no Jacarezinho. Ainda conforme a denúncia, o crime foi praticado quando Silva estava encurralado em um quarto infantil, desarmado e já baleado no pé. Ainda segundo a ação penal, o policial responsável pelo disparo e outro agente, também denunciado, retiraram o corpo do local antes da perícia.
Nesta quarta-feira, seis moradores e um policial foram ouvidos como testemunhas de acusação. Durante a sessão, o defensor público Daniel Lozoya, que atua na assistência de acusação, alegou que as testemunhas estavam com medo de depor por conta da presença de policiais da Core e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na sala de audiência.
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