Denise Rivera, assessora especial da SEPOL, alega assédio moral por parte de corregedorImagem Divulgação

Rio - Na tarde desta quinta-feira, dia 30, a assessora técnica especial da Polícia Civil, Denise Rivera, estava aos prantos em sua sala, na sede do prédio da Secretaria de Polícia Civil, no Centro do Rio. O motivo, segundo uma pessoa de sua equipe, era que ela havia acabado de ser expulsa, aos gritos, de uma reunião sobre laudos atrasados, pelo corregedor Paulo Passos.
"O corregedor convocou todos os diretores de institutos subordinados à polícia técnico-científica da Polícia Civil para falar sobre laudos atrasados. A Denise Rivera, por ser a responsável pela área, não foi chamada. Assim que chegou próximo à sala, ele disse, aos gritos, que ela não iria entrar pois 'não mandava em nada'. Disse ainda: 'abaixo do secretário, sou eu. Saia já daqui'", relatou uma testemunha. 
Denise é responsável por assessorar o secretário de Polícia Civil sobre melhorias e medidas que devem ser tomadas nos setores de perícia da corporação. Sua assessoria foi essencial em diversos casos, como na perícia do caso Henry Borel ou nas mortes do Jacarezinho.
A reportagem teve acesso a um documento público, no qual Denise classifica o episódio como assédio moral. 
"Encontrei com o Corregedor Paulo Passos, a quem me dirigi de forma cordial, sendo prontamente maltratada, humilhada perante minha equipe e todos os demais que estavam na sala. O assédio moral a uma mulher no ambiente de trabalho é inadmissível. A violência psicológica, o constrangimento e a humilhação praticada contra mim que foram adotadas na ocasião são inaceitáveis. É sabido o poder de destruição que uma atitude desta vai além de sua prática, levando à degradação das condições de trabalho, a perda de liderança perante à equipe, com efeitos nocivos à minha dignidade, às relações com a equipe e à minha saúde física e mental, além de prejuízos para a imagem do órgão público do qual fazemos parte", escreveu.
"O terror que sofri revela o despreparo moral e ético do autor para ocupar um cargo de tamanha responsabilidade", completou, em denúncia encaminhada ao secretário de Polícia Civil, Fernando Albuquerque. 
Em outro trecho, ela ressalta que tem a certeza de que a gestão da Polícia Civil não deverá compactuar com a atitude do corregedor.  "Tenho certeza de que a política de gestão da Secretaria de Polícia Civil não admite, em hipótese alguma, que este tratamento criminoso seja dispensado a qualquer um, muito menos a uma servidora, mulher e ocupante de um cargo de tamanha responsabilidade como é o caso", disse.
Procurada, Denise não quis dar entrevista, somente declarou que estava "arrasada". A reportagem pediu posicionamento ao corregedor Paulo Passos via assessoria de imprensa, mas ainda não obteve uma resposta.