Tupirani da Hora Lores foi condenado a 18 anos e seis meses de prisãoDivulgação

Rio - A Justiça Federal do Rio condenou a 18 anos e seis meses o pastor Tupirani da Hora Lores, líder da igreja pentecostal Geração Jesus Cristo, por racismos e incitação de discursos de ódio contra judeus. O religioso está preso desde o dia 24 de fevereiro, quando foi alvo da Operação Rófesh (liberdade em hebraico), da Polícia Federal.
Um vídeo em que Tupirani aparece fazendo um discurso racista, machista e homofóbico aos fiéis na igreja que congregava, no bairro do Santo Cristo, na Zona Portuária do Rio, foi um dos fatores que motivou o Ministério Público a denunciar o pastor. "A igreja não levanta placa de filho da put* negro e veado", disparou o condenado nas imagens.
Uma das pichações atribuída à igreja de Tupirani, no Arpoador - Maíra Coelho
Uma das pichações atribuída à igreja de Tupirani, no ArpoadorMaíra Coelho
Na decisão da condenação, assinada pela juíza federal Valeria Caldi Magalhães, Tupirani teria praticado discursos de ódio em seis situações diferentes. Nestes episódios, ele incitou a violência contra as pessoas judias ou israelitas por meio de publicações de vídeos e mensagens em canais do Youtube ou perfis de
redes sociais. Ainda segundo a magistrada, o acusado tem histórico voltado para a prática de condutas similares.
O presidente da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (FIERJ), Alberto David Klein, repercutiu a condenação. "A FIERJ denunciou o caso de Tupirani da Hora Lores, e hoje acontece a condenação dele. Isso significa que é preciso denunciar crimes, confiar na investigação policial, no Ministério Público e na Justiça, em todo o rito do devido processo legal, pois chegamos a um momento como este em que temos acentuada a confiança da sociedade nas instituições e na aplicação da lei. A condenação acontece porque houve a coragem de denunciar atos criminosos e a FIERJ não poderia, de modo algum, ter se calado", disse.
A decisão cabe recurso da defesa do pastor Tupirani.