Reginaldo (esquerda) sendo agredido pelo morador Gilles David (direita)Reprodução / TV Globo

Rio – O médico francês Gilles David Teboul, morador de um prédio em Copacabana, na Zona Sul da cidade, que chamou de “macaco” o porteiro Reginaldo Silva de Lima, não compareceu à 12ª DP (Copacabana) para prestar depoimento nesta terça-feira (5). Ele, que pode ser enquadrado por injúria racial e ameaça, era aguardado desde às 14h, mas apenas a vítima esteve na unidade policial.
Procurada pelo DIA, a Polícia Civil informou que vai ao apartamento de Gilles intimá-lo novamente. Reginaldo, que é porteiro há 28 anos e trabalha no local há quatro, foi vítima de racismo por parte do morador no último dia 26. Em entrevista à TV Globo, o trabalhador relatou que também sofreu violência física.
"Eu estava atendendo dois hóspedes e ele [Gilles] reclamou que a porta de um dos elevadores estava aberta. Ele falou: 'Você não tem capacidade para fazer essa função, seu negro, macaco, vagabundo'. Depois eu fui empurrado pelo pescoço. Ele me agrediu fisicamente. Me deu soco, me deu pontapé e começou a me xingar. Falou também que tinha dinheiro e que não ia dar em nada. Que se eu ligasse para a polícia, ia mandar me matar", disse Reginaldo.
O porteiro afirmou ainda que chamou uma viatura, mas que nem mesmo a presença dos agentes intimidou Gilles, que continuou com as ameaças e ofensas. "Ele olhou para mim e falou que ia me matar. O policial falou para eu deixar para lá", disse.
Alguns moradores do prédio já foram ouvidos pela polícia. Os investigadores solicitaram imagens da câmera de segurança do prédio para avaliar a abordagem dos PMs que estiveram no local no dia da ocorrência.