Irmãos e pai de Wellington dos Santos, de 32 anos, comparecem ao IML de Caxias para liberar o corpo Reginaldo Pimenta

Rio - Os irmãos e o pai de Wellington Cardoso dos Santos, de 42 anos, estiveram nesta quinta-feira no Instituto Médico Legal (IML) de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para liberar o corpo do trabalhador, morto com um tiro na cabeça depois de reagir a uma tentativa de assalto no ônibus em que estava.
Emocionados e ainda tentando absorver a tragédia, o irmão da vítima, Josué Cardoso, disse que há oito meses Wellington já havia sido alvo da violência no Rio de Janeiro. Ele lembra que o carro do irmão foi roubado próximo ao Caxias Shopping e ainda não foi encontrado. "Desde então ele passou a ir para o trabalho de ônibus e também levava os filhos para as consultas de ônibus. Mas mesmo assim ele não desanimou", lembra o irmão.
Muito abalado com a perda, Josué também falou sobre o perfil amoroso e acolhedor de Wellington. "Era uma pessoa querida e amada por todos. Onde chegava era alegria, fazia imitações, dançava para as crianças. Sempre falava o que estava sentindo: "te amo", "você é minha vida". Sempre demonstrava seus sentimentos. E agora? O que eu vou falar para os dois filhos dele pequenos?", desabafou.
O irmão diz ainda que Wellington estava envolvido nos preparativos da festa de aniversário do filho mais velho, de 8 anos, que tem autismo. "No próximo dia 13 o filho dele vai completar nove anos. Ele estava montando uma festa com o tema de dinossauro, como o filho queria". O trabalhador também deixa um outro filho de 7 anos e a mulher, que passou mal e não conseguiu comparecer ao IML. 
Nascido e criado em São João do Meriti, o trabalhador se mudou para Duque de Caxias para morar com a esposa e os filhos. Ele é o terceiro filho de uma família com oito irmãos, todos homens. O pai da vítima, Rodolfo Luciano dos Santos, de 68 anos, também esteve no IML e conversou com o DIA sobre a perda. Assim como Josué, o idoso descreveu o filho como trabalhador e brincalhão.
"Ele estava no trabalho, lá na Penha, vindo para casa. Estava até com a roupa do serviço, e aí aconteceu essa desgraça. A vida não tem preço. Sempre falo para que as pessoas evitem ao máximo reagir. Quer levar Leva! Infelizmente, me parece que ele reagiu. Ele também não vai ser o último. Infelizmente nossas leis do Brasil são frágeis. Eu não sei onde nós vamos chegar", lamentou o pai. 
Bastante abalados com a brutalidade do crime, Josué e seu pai reforçaram os seus desejos por justiça pela morte do trabalhador: "Espero que a justiça seja feita", disse Josué. A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) disse que testemunhas estão sendo ouvidas e imagens de câmeras de segurança analisadas. Diligências estão em andamento para identificar e prender os autores do crime.
O enterro de Wellington está previsto para acontecer na sexta-feira (8), no Cemitério São Lázaro, em Venda Velha, São João do Meriti. O horário ainda não foi marcado. 
*Colaborou Reginaldo Pimenta