Mulheres eram acusadas de espionar a saída de equipes do BopeReprodução

Rio - O juiz Leonardo Rodrigues da Silva Picanço, da 42ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, determinou, nesta quinta-feira (7), a soltura de Carolina Teixeira da Silva e Keley Cristina Domingos dos Santos. Às duas foram presas em flagrante no dia 21 de junho por suspeita de espionagem contra policiais militares do Bope e do Batalhão de Choque a serviço de traficantes.

De acordo com a decisão, ambas deixam de ser acusadas por suposta prática do crime de associação ao tráfico por falta de provas.

"O Ministério Público pugnou pelo relaxamento da prisão das indiciadas, bem como pelo arquivamento do feito, ante a ausência de elementos para se imputar conduta criminosa", afirma a decisão.
Entretanto, segundo a decisão, Carolina e Keley continuarão a ser investigadas sobre a suposta espionagem. As investigações permanecem a cargo da Polícia Civil.

"Com efeito, no presente caso, não foi mencionada a existência de nenhuma organização, associação ou grupo criminoso com que as indiciadas estivessem colaborando como informantes. Vale ressaltar que o crime em tela apenas se configura quando a colaboração se dirige a um grupo ou associação criminosa, desde que devidamente determinados ou determináveis", disse um trecho da decisão.

Entenda o caso

A Polícia Militar prendeu, no dia 21 de julho, duas mulheres suspeitas de espionar a saída de equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e repassar informações para criminosos, em tempo real, sobre o destino dos policiais.

A espionagem de Carolina Teixeira e Keley Cristina foi descoberta quando viaturas do Bope saiam do batalhão, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, com destino à comunidade de Manguinhos, na Zona Norte, para uma operação contra o tráfico de drogas na região.

Os agentes perceberam estarem sendo seguidos por um carro prata e decidiram abordar o veículo. Com as mulheres foram apreendidos seis celulares, sendo que um dos aparelhos fazia uma transmissão ao vivo do percurso dos policiais.

A PM descobriu ainda que Carolina é mulher de um policial militar preso, cujo nome não foi revelado. Além disso, uma das criminosas morava de frente para o batalhão, em Laranjeiras, o que facilitava a prática da espionagem. A dupla foi presa e levada para a 11ª DP (Rocinha).