Rio - O ex-presidente Lula reuniu uma multidão em ato político intitulado "Sempre Juntos Pelo Rio", na Cinelândia, Centro do Rio, nesta quinta-feira (7). Sob um rígido protocolo de segurança, apoiadores do petista e militantes de partidos de esquerda estiveram presentes com bandeiras e instrumentos musicais. Algumas pessoas usaram máscaras com o rosto de Lula e um enorme boneco inflável com faixa de presidente foi montado na Cinelândia. Cerca de 30 mil pessoas eram esperadas pela organização do evento. O número de presentes, no entanto, ainda não foi divulgado.
No palanque, ao lado de Lula, estavam o ex-governador de São Paulo e candidato a vice na chapa Geraldo Alckmin (PSB), o pré-candidato ao governo do estado Marcelo Freixo (PSB) e o pré-candidato ao Senado André Ceciliano (PT), que é o atual presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), além de lideranças locais dos partidos PT, PSB, PCdoB, PSol, PV, Solidariedade e Rede.
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Antes do discurso, artistas cantaram o Hino Nacional. Momentos depois, foi exibido um vídeo que questionava ao público: "Que Brasil você quer o do Ódio ou do amor". O ato está sendo transmitido em tempo real pelas redes sociais do ex-presidente. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) foi o primeiro a discursar e fez críticas ao atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Juliano Medeiros, presidente Nacional do Psol, agradeceu aos partidos da esquerda carioca. Ambos políticos falaram sobre o enfrentamento aos grupos milicianos no Rio de Janeiro.
Já a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, falou sobre as mortes por covid-19 no país. André Ceciliano seguiu discursando e ressaltou a presença de moradores de rua na cidade do Rio. Antes do discurso de Freixo, foi exibido um vídeo com imagens de Lula e o candidato ao Palácio Guanabara. Em seu pronunciamento, Freixo também fez críticas ao governo Bolsonaro. Ele ressaltou que Lula merece ganhar a eleição no primeiro turno. O candidato ao governo do estado também falou sobre a vereadora assassinada no Rio, Marielle Franco.
Geraldo Alckmin também fez discurso no palanque. O ato teve a participação da socióloga Rosângela da Silva, a Janja, mulher Lula, que cantou o jingle de campanha do ex-presidente.
Verbas destinadas ao Rio
Lula começou falando do seu apoio à candidatura de Freixo. Ele contou também que pretendia ir à Baixada Fluminense para o ato político, mas acabou sendo convencido de fazer o comício no Centro da cidade. “Deus foi muito generoso comigo. Se tem uma pessoa que tem consciência de um ser superior, essa pessoa sou eu”. O presidenciável contou que foi para São Paulo para "não morrer de fome". Ele citou a educação dada pela mãe quando criança. Segundo Lula, após se separar, a sua mãe junto aos oito filhos e apenas as roupas do corpo saíram de casa.
Ele lembrou ainda que como operário e metalúrgico chegou à Presidência da República. Ele disse ainda que tinha medo de fracassar quando era o presidente. O presidenciável falou sobre os recursos que destinou ao estado quando estava no governo federal e lamentou pela violência do estado do Rio. Lula citou que durante o governo do PT colocou R$ 559 bilhões no estado.
Ainda durante discurso, o pré-candidato à presidência pediu ao público que tome cuidado com as fake news. Lula também lembrou que, por condenação do então juiz Sérgio Moro, ficou preso por 580 dias cumprindo pena (pelo caso do tríplex no Guarujá). Lula foi solto pelo juiz titular da 12ª Vara de Execuções Penais do Paraná, Danilo Pereira Jr., em 2019. "Os 580 dias na cadeia me fez ficar mais generoso e consciente dos problemas do Brasil", disse o ex-presidente.
Fogos de artifício
Pouco antes da chegada do ex-presidente Lula ao ato político, de acordo com a assessoria de imprensa do presidenciável, fogos de artifício foram jogados de fora para a área do ato, causando barulho. "Não tinham fezes, fizeram barulho, mas ninguém se feriu nem houve tumulto", informou a assessoria de Lula. A pessoa que cometeu o ato teria sido identificada e detida.
Mais cedo, apoiadores de Lula estavam empolgados para o encontro com o petista. Vestida de estrelinha do Lula, Susy Keith, moradora de Cavalcante, na Zona Norte, disse que se vestiu de mascote quando tinha 17 anos de idade também na Cinelândia em um evento do Lula.
"Hoje, aos 44 anos de idade, estou vestida da mesma mascote para o Lula", disse Susy que exibia na fantasia uma foto ao lado do ex-presidente.
Segurança reforçada
Para ficar próximo ao palco, as pessoas tiveram que passar por detector de metais e foram revistadas por seguranças. A área próxima ao palanque foi delimitada por cerca e tinha capacidade para 5 mil pessoas. Bandeiras com haste de madeira, alimento, garrafas, embalagens plásticas e de alumínio, além de objetos de vidro foram proibidos.
Agenda no Rio
Pela manhã desta quinta-feira, o presidenciável participou de um encontro com representantes de favelas do Rio. Ele estava acompanhado de Marcelo Freixo e André Ceciliano. Na ocasião, Lula assinou o documento Plataforma Política das Favelas e Plano de Redução da Letalidade Policial, entregue pela FAFERJ.
Na quarta-feira (6), Lula e Alckimin também cumpriram uma agenda de compromissos na cidade. Um deles foi um encontro fechado com reitores e dirigentes de universidades e escolas públicas e privadas do estado. Lula também esteve em evento com sambistas na quadra da escola de samba Unidos da Tijuca, na zona Norte da cidade.
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