Caixas de cigarros contrabandeadosPolícia Civil / Divulgação
Polícia liberta 23 paraguaios em situação análoga à escravidão em fábrica clandestina de cigarros
Trabalhadores tiveram celulares confiscados, dormiam em quartos sem janela e eram proibidos de deixar o local, na Baixada Fluminense
Rio - A Polícia Civil estourou nesta sexta-feira (8) uma fábrica clandestina de cigarros em Campos Elíseos, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e libertou 23 paraguaios e um brasileiro que trabalhavam no local em regime análogo à escravidão. A operação contou com policiais civis do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), em conjunto com a Delegacia de Defesa de Serviços Delegados (DDSD) e a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
De acordo com informações do portal de notícias 'G1', os trabalhadores foram trazidos do Paraguai há aproximadamente três meses para receber um salário mensal de R$ 3 mil, além de um vale alimentação de R$ 500 para trabalhar em uma fábrica de roupas.
O pesadelo começou logo na primeira etapa da viagem, feita de ônibus de Assunção até São Paulo. Na capital paulista, eles tiveram os celulares confiscados e não tiveram mais contato com a família. Eles completaram a viagem também de ônibus. E fora deixados diretamente no galpão onde funcionava a fábrica. Eles foram acomodados em quartos sem janelas no segundo pavimento e eram proibidos de deixar o local.
Em conversa com os policiais, alguns trabalhadores disseram que neste período receberam apenas R$ 500 e que não tinham folgas. Os trabalhadores vão prestar depoimento na Polícia Federal e devem ser extraditados ao país de origem.
De acordo com os policiais, uma perícia foi realizada no local e os materiais apreendidos. O maquinário também será removido. A Polícia Federal e o Ministério Público do Trabalho foram acionados e estão trabalhando em parceria com a Polícia Civil.
As pessoas encontradas na fábrica serão encaminhadas para a Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD). As investigações continuam para identificar os responsáveis pelo local e pelo maquinário.
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