Rio - O Brasil é o país com a maior biodiversidade vegetal do mundo. Diversas plantas daqui têm funções medicinais, nutricionais e até cosméticas, mas muita gente não sabe, principalmente os mais jovens. Pensando nisso, o professor da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Leopoldo Baratto, resolveu criar o PlantaCiência, uma ação de extensão e divulgação científica para falar sobre plantas: suas propriedades, benefícios, riscos e mitos.
"Nosso principal objetivo é levar informações acessíveis e de qualidade ao público jovem (crianças e adolescentes), com base em conhecimento científico. As plantas medicinais fazem parte de nosso cotidiano desde os primórdios da humanidade, usadas no tratamento de problemas de saúde", explica Leopoldo Baratto.
De lá para cá, o conhecimento sobre o tema avançou com estudos clínicos, avaliações farmacológicas e toxicológicas. Com isso, o papel medicinal das plantas ganhou validade científica e, junto às sabedorias ancestrais, elas têm despertado a curiosidade de pessoas de todas as idades.
Sucesso na escola e nas redes
A ação ganhou notoriedade na internet. Com mais de 20 mil seguidores nas redes sociais, o projeto mostra que plantas podem ser um assunto divertido sem deixar deixar a seriedade de lado. Entre os conteúdos de maior destaque estão publicações sobre a Mandrágora, uma planta medicinal histórica com efeito sedativo e analgésico, conhecida pelos filmes de Harry Potter e O Labirinto do Fauno; o Catnip, popularmente conhecida como "erva dos gatos"; e o Absinto, muito utilizada como vermífugo até o século XIX, quando começou a ser consumida na forma de bebida destilada.
Buscando um público mais amplo, o projeto recorre a diferentes formatos de conteúdo, como infográficos e artigos no site, vídeos no YouTube, postagens em redes sociais e até um podcast, o Minuto Planta Ciência, que vai ao ar semanalmente pela Rádio UFRJ.
"Muitas plantas medicinais vêm sendo validadas clinicamente em estudos e transformadas em medicamentos fitoterápicos eficientes, como a espinheira santa, no combate à úlcera, o barbatimão, que é cicatrizante, e o guaraná, a catuaba e o ginseng, que podem aumentar a resistência do organismo", explica Baratto.
Além dos benefícios, as atividades falam sobre os efeitos adversos de algumas espécies, com o intuito de desfazer tabus e mitos relacionados às plantas. "Um dos principais mitos é que tudo que é natural não faz mal. Isso é um grande equívoco, pois as plantas medicinais contêm substâncias químicas que podem ser tóxicas ou causar interações medicamentosas", concluiu o coordenador.
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