Benny Briolly diz já ter recebido mais de 30 ameaças de morteReprodução

Rio - A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pediu ao Brasil medidas cautelares para a vereadora de Niterói (RJ) Benny Briolly (PSOL). De acordo com a CIDH, a vereadora está em "situação de risco devido a uma série de ameaças de morte, com alusões explícitas a intenções de agressão e assassinato, assim como um forte teor racista e transfóbico". Três assessores de Benny , que também estariam em risco, também são beneficiários do pedido da CIDH.

A CIDH solicitou que sejam adotadas pelo país medidas necessárias para proteger os direitos à vida e integridade pessoal de Benny e integrantes de sua equipe de trabalho, considerando as perspectivas étnico-raciais e de gênero. Entre os pedidos, também foi solicitado que a Comissão Interamericana seja informada sobre as ações implementadas para investigar os fatos que deram origem à adoção desta medida cautelar e, assim, evitar a sua repetição.

Os representantes da vereadora informaram à Comissão que ela não tem escolta policial ou previsão de recursos para protegê-la. Na avaliação da CIDH, "as medidas de proteção adotadas pelas autoridades até o momento não seriam eficazes para atenuar os riscos enfrentados".
Mais de 30 ameaças

"Após mais de 30 ameaças de morte, sigo resistindo. Fui eleita democraticamente e não serei interrompida. Aguardo que as instituições de direito cumpram as determinações para que eu consiga exercer meu mandato em segurança. Não vou desistir não abaixo a cabeça, vou ser reeleita e continuarei combatendo o fascismo e o bolsonarismo. Vai ser tudo nosso e nada deles", disse Benny.
Ao pedir que a CIDH se manifestasse, a defesa da vereadora afirmou que ela é ameaçada por se identificar como mulher travesti negra, e também pelo trabalho como defensora dos direitos humanos. Mensagens hostis, com conteúdo  racista e transfóbico, que seriam recebidas por Benny desde 2018  e intensificadas no final do ano passado, foram relatadas à Corte.