Vítima do cirurgião plástico, na DEAM de Duque de Caxias, denuncia erro médico em procedimento cirúrgico. Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Ornélio contou ainda que Daiana também ligou para ele na manhã desta quarta-feira (30) informando que queriam a encaminhar novamente para o centro cirúrgico para a troca de um curativo a vácuo.
Esse método a vácuo de curativo é um sistema utilizado na cicatrização de feridas em que se institui uma pressão negativa localizada e controlada, com o objetivo de estimular a granulação e a cicatrização. Daiana teve complicações com um dos pontos da barriga necrosado após uma cirurgia de abdominoplastia realizada no início de março.
O advogado também relatou que a paciente sofreu ameaças durante o período de internação. “Ela sofreu ameaças de todos os lados, principalmente psicológicas. Agora o pai dela está com ela, mas o estado dela é grave. Um médico enviado pela gente deixou claro que ela precisa ser transferida, porque ali não comporta o estado de saúde dela. Ela precisa de um hospital com suporte e CTI adequado”, comentou.
Prisão
O cirurgião plástico equatoriano Bolivar Guerrero Silva, de 63 anos, foi preso na última segunda-feira (18). A denúncia aponta que a paciente era mantida em cárcere privado na unidade de saúde por cerca de dois meses após um procedimento estético na barriga dela ter dado errado. A família foi quem procurou a delegacia para falar sobre a situação da mulher.
Os familiares acusam o médico, que administra a clínica de cirurgia plástica, de impedir a mulher de ser transferida da unidade particular para outro hospital.
Nesta terça-feira (19), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) manteve a prisão temporária do cirurgião durante a audiência de custódia.
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu sindicância para apurar os fatos. Mas todos os procedimentos correm em sigilo.
O médico ainda nega todas as acusações. Segundo a equipe de Bolivar, a paciente se negou a assinar um termo que a responsabiliza pela alta e que por isso não foi liberada.
”Ele não estava mantendo paciente nenhuma em cárcere privado, ela estava fazendo curativo e sendo assistida no hospital dele por ele, porém ela queria ser liberada sem ter terminado o tratamento e ele como médico seria imprudente de libero-la. Ele disse que poderio liberá-la se ela assinasse a alta à revelia (documento ao qual a paciente se responsabiliza por qualquer coisa que acontecer após sua liberação) e ela não quis assinar, ele disse que liberaria somente se ela o assinasse, como ela não assinou ele não liberou, pois o intuito dele é prestar toda assistência a paciente ate ela está recuperada”, informou.
A equipe reforçou ainda que a alta não poderia ser realizada porque a paciente estava com um curativo especial para acelerar a cicatrização, que só pode ser manipulado por pessoas capacitadas como técnicos em enfermagem ou enfermeiros.
O Hospital Santa Branca também alegou que as acusações de cárcere privado nas dependências da unidade são infundadas e explicou que o médico Bolivar Guerrero não pertence ao quadro societário da empresa. Além disso, deu detalhes sobre a internação da paciente.
"Data da internação da paciente 01/06/2022. Acomodação: apartamento privativo com direito a acompanhante. Paciente recusa-se a sair da unidade, (transferida). Todo custo da paciente é mantido pelo cirurgião, inclusive com atendimentos externos". finalizaram
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