Clovis Munhoz é ortopedista e traumatologistaReprodução/ TV Globo

Rio – O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) anunciou, na noite desta quinta-feira (21), que o conselheiro Clovis Bersot Munhoz, de 72 anos, que atualmente ocupa o cargo de presidente do Conselho, decidiu, junto à diretoria, se afastar do cargo. O anúncio foi feito no site da instituição.
De acordo com a nota, o afastamento do conselheiro se da pela abertura de uma sindicância em seu nome para apurar a denúncia sobre assédio sexual veiculada na imprensa. Ela também explica que o procedimento será encaminhado ao Conselho Federal de Medicina (CFM), que designará o caso para outra regional para que seja feito com isenção e imparcialidade.
Clóvis é ortopedista e traumatologista. O agora ex-presidente, tomou posse do cargo em fevereiro deste ano. Por fim, o Cremerj ressaltou que repudia qualquer tipo de assédio e trabalha junto das autoridades para coibir essa prática criminosa.
Veja a nota:
"Prezando pela lisura e pelo comprometimento com a transparência, o CREMERJ informa que o conselheiro Clovis Bersot Munhoz, que atualmente ocupa o cargo de presidente do Conselho, decidiu, junto à diretoria, se afastar. Isso porque será aberta uma sindicância em seu nome para apurar a denúncia sobre assédio sexual veiculada na imprensa.
O procedimento será encaminhado ao Conselho Federal de Medicina (CFM), que designará o caso para outra Regional, visando garantir total isenção e imparcialidade.
O Conselho reafirma seu repúdio por qualquer tipo de assédio e trabalha junto das autoridades para coibir essa prática antiética e criminosa."
Entenda o caso
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), Clovis Bersot Munhoz está sendo investigado pela Polícia Civil devido a uma denúncia de assédio sexual no exercício da profissão contra uma técnica de enfermagem. O caso foi registrado pela vítima no ano passado e encaminhado ao Ministério Público, que pediu mais diligências à polícia.
Segundo a denúncia, o comportamento e algumas falas do médico teriam causado constrangimento de cunho sexual, o que configuraria assédio. O crime teria acontecido dentro de uma sala de cirurgia onde eles trabalhavam na Zona Sul do Rio. Uma testemunha afirmou à polícia que ouviu parte do diálogo entre os dois e confirmou a versão da vítima. Além disso, disse que o médico tem fama de desrespeitar mulheres no hospital.
"O inquérito foi relatado com indiciamento por assédio sexual antes da minha gestão, mas voltou do Ministério Público com a requisição de algumas diligências que nós estamos correndo para cumpri-las o mais rápido possível", disse o delegado Rafael Barcia, titular da 9ª DP (Catete), que investiga o caso.
Segundo o Cremerj, outras pessoas na sala, que acompanharam o acontecido, afirmaram que Munhoz não praticou assédio contra nenhuma pessoa. Ainda de acordo com o conselho, o presidente tem se "posicionado firmemente perante a sociedade contra casos de abuso sexual em unidades de saúde, tendo agido com celeridade para punir assediadores, como aconteceu recentemente com o caso Giovanni Quintella Bezerra, suspenso provisoriamente do exercício profissional, em menos de três dias após o Conselho ter tido acesso às imagens absurdas recebidas".