Na foto Dom Orani, admirando peças da exposição da Igreja Primitiva de São SebastiãoEmilton Rocha/Igreja dos Capuchinhos

Rio - O Santuário Basílica de São Sebastião, na Tijuca, fará a exposição do acervo da Igreja Primitiva de São Sebastião, dos dias 24 de julho a 5 de agosto, com entrada franca. A amostra, denominada "A igreja do Castelo desce mas não desaparece", faz parte das comemorações dos 450 anos da Arquidiocese do Rio de Janeiro. O arcebispo do Rio, Cardeal Orani Tempesta esteve presente e abriu a exposição.
"Estamos abrindo hoje a exposição dos 100 anos do Morro do Castelo que foi desmanchado e que aqui estão as relíquias da antiga Igreja Matriz e Catedral do Rio de Janeiro. Os frades capuchinhos estão de parabéns por nos trazer essa memória", disse o arcebispo, na ocasião.
A exposição acontece 100 anos após o desmonte do Morro do Castelo, que primeiro deu lugar, na época, aos pavilhões da Exposição Internacional do Centenário da Independência.
A Igreja de São Sebastião, na Tijuca, elevada à categoria de santuário e basílica, e confiada à Ordem dos Frades Menores Capuchinhos desde 1842, tem suas origens na primitiva igreja construída no Morro do Castelo, que depois se tornou a primeira Catedral, por ocasião da criação da Diocese do Rio de Janeiro, em 1676.

No Morro do Castelo, que tinha 63 metros de altura, ocupava uma área de 184 mil metros quadrados e seus limites eram as atuais avenida Rio Branco (antiga avenida Central), as ruas Santa Luzia, Misericórdia e São José. Foi reinstalada, em 1567, na cidade inicialmente fundada por Estácio de Sá na entrada da Baía da Guanabara. Nele foram construídos prédios importantes no âmbito civil, político e religioso, mas ele não resistiu à modernização, sendo destruído na reforma urbanística de 1922.
"A igreja histórica é a primeira primitiva do Morro do Castelo, que após o seu desmonte, em 1922, trouxe todo o seu o acervo que está sob a guardiania dos frades capuchinhos. Apenas algumas peças se encontram no Santuário Basílica de São Sebastião, como o corpo do fundador da cidade, Estácio de Sá, o marco da fundação da cidade e a imagem histórica de São Sebastião, do século XVI, que estarão expostas com várias outras peças, imagens sacras e peças dos altares", destacou o ministro da Província Nossa Senhora dos Anjos, frei Arles Dias de Jesus.

Com o desmonte do Morro do Castelo, os frades capuchinhos mudaram-se para a região da Tijuca, articulando a construção da nova Igreja de São Sebastião, que foi inaugurada em 15 de agosto de 1931.

Inspirada no Mosteiro de Beuron, na Alemanha, a igreja foi aos poucos sendo remodelada. Entre os anos de 1941 e 1942, a fachada foi alterada pelo arquiteto italiano Ricardo Buffa, também autor do altar-mor do templo.

Atualmente, o Santuário Basílica de São Sebastião, além de conservar a memória das 'relíquias da cidade', de ter um acervo religioso de rara beleza entre imagens e vitrais, e de diversos objetos históricos e artísticos, é um dos principais locais onde se celebra a Festa de São Sebastião, padroeiro da cidade e da arquidiocese.
Serviço
O Santuário Basílica de São Sebastião
Rua Haddock Lobo, nº 266, Tijuca
Segunda a sexta-feira, das 10h às 12h e das 13h às 17h
Domingo, das 8h às 13h e das 16h às 18h