Largo do Boticário depois de passar por restauração e se tornar um hotel "Open House"Vanessa Ataliba/Agência O Dia
Nelson de Souza, de 60 anos, esteve no largo para conhecer as novas dependências do local e destacou a importância de sua restauração. "A importância é evitar o abandono, a invasão, a degradação, que as pessoas viessem depredar. Mas também é a vivificação, o resgate histórico de um ambiente tão bonito, tão natural. Eu acho que todos os cariocas e as pessoas que vem visitar o Rio, têm a oportunidade de estar num local muito lindo e com muita natureza", disse ele.
"Eu vim aqui tem uns anos e estava horrível, estava muito ruim. Fiz até umas fotos e parecia totalmente destruído e agora está muito bonito. Está sensacional. Eles fizeram um projeto arquitetônico muito bom. Só tem que manter agora", falou Luiz.
Em 1920, o fundador do jornal Correio da Manhã, Edmundo Bittencourt, comprou o terreno e reformou o conjunto de casas. Em 1987, o Largo do Boticário foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC).
Mesmo sendo patrimônio estadual, o largo ficou abandonado por aproximadamente dez anos, tornando-se local de abrigo para diversas pessoas em situação de rua. Até que, em 2018, a rede hoteleira Accor comprou as sete casas do conjunto para reformá-las e transformá-las em um Open House, mantendo as características originais das construções e da floresta nativa ao redor.
Além do Largo do Boticário, Cosme Velho tem diversos outros locais considerados pontos turísticos cariocas, como a Casa Roberto Marinho, a Bica da Rainha e a casa do jornalista e escritor Austregésilo de Athayde.
A Casa Roberto Marinho, bem próximo ao Largo do Boticário, fica aos pés da Floresta da Tijuca e do Cristo Redentor, além de abrigar uma vasta coleção de obras de arte brasileiras e estrangeiras. O casarão que acolheu o fundador da Rede Globo até a sua morte e, posteriormente, sua viúva, Lily Marinho, foi transformado em centro cultural.
A Bica da Rainha é a primeira fonte de águas ferruginosas utilizada no Brasil e tem, originalmente, o nome de Águas Férreas. O local ficou famoso no período em que Carlota Joaquina, esposa do príncipe regente Dom João VI, visitava com frequência o lugar. A fonte recebeu o nome após as primeiras obras feitas no local e por ser destinada a visitantes da realeza brasileira. O local foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, no livro de Belas Artes e no livro Histórico.
Já a casa do jornalista e escritor Austregésilo de Athayde, presidente mais longevo da Academia Brasileira de Letras (ABL) e um dos redatores da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU, em 1948, teve uma placa em sua homenagem colocada no imóvel onde morou, na Rua Cosme Velho 599, pela Prefeitura do Rio, tornando-a patrimônio cultural da cidade.
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