Luiz Antônio foi preso acusado de manter a família em cárcere privado por 17 anosDivulgação

Rio- A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SEAP) determinou a transferência de presídio de Luiz Antônio Silva, acusado de manter a esposa e os filhos em cárcere privado por 17 anos em uma casa em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio. Ele será transferido de Benfica, na Zona Norte, nesta quarta-feira (3), para a penitenciária Tiago Teles, em São Gonçalo, na Região Metropolitana.

De acordo com o órgão, a decisão ocorreu após a Justiça do Rio tornar a prisão temporária em preventiva. A definição foi realizada pela juíza Monique Correa Brandao dos Santos Moreira que levou em consideração os fatos graves imputados a Luiz.

A família foi libertada na última quinta-feira (28), em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, e precisou de cuidados médicos por causa da desnutrição e desidratação graves. Segundo a mulher, além da privação de comida e água e ameaças constantes de morte, ela e os filhos eram frequentemente agredidos com uso de fios e pedaços de madeira
O local onde as vítimas foram encontradas apresentava pouca luminosidade e condições deploráveis, com acúmulo de lixo, fezes no chão, colchões rasgados e muita sujeira nas paredes.
Prisão
Policiais militares foram até a casa após uma denúncia anônima. Segundo a denúncia, o homem tinha o apelido de DJ na localidade por colocar música alta para abafar os gritos de socorro das vítimas. O rapaz, de 19 anos, e a moça, de 22, têm transtornos mentais.
As vítimas foram encontradas em uma pequena casa na rua Leonel Rocha, em Guaratiba. Luiz Antônio Santos Silva foi preso por agentes do 27º BPM.
"A mãe falou que eles nunca tinham visto a luz do dia", afirmou o capitão William Oliveira, do 27º BPM.
Ele vai responder por sequestro ou cárcere privado, maus-tratos e crime de tortura. A 43ª DP (Guaratiba) investiga o caso.
Investigação
Segundo a polícia, as investigações tiveram início há dois anos, quando o caso foi registrado na 43ª DP (Guaratiba). Na sequência, foi encaminhado à 36ª DP (Santa Cruz) para apuração dos fatos. O inquérito foi enviado três vezes ao Ministério Público para providências. A última vez que retornou foi em maio deste ano.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) investiga o motivo para nenhuma medida ter sido tomada, já que o Conselho Tutelar informou ter tomado conhecimento sobre o caso em 2020.