Policia - Operaçao da Policia Civil e Ministerio Publico do Rio de Janeiro contra um grupo que pratica roubo de carga. Na foto, movimentaçao de policiais na Cidade da Policia, no Jacare, zona norte do Rio.Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Rio - O promotor Rogério Sá Ferreira, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), afirmou que a nova etapa da Operação Resina, iniciada na manhã desta quarta-feira (3), se concentrava na desarticulação da quadrilha por meio da prisão dos empresários que bancavam o esquema. Ao todo, segundo o MPRJ, R$ 1,16 milhão em materiais como aço, resina, telas de aço e tubos de dragagem de ferro foram furtados pelos criminosos. Até o momento, cinco pessoas foram presas. Dentre elas o ex-policial civil Edson dos Santos Filho, pai do vereador carioca Willian Carvalho dos Santos, o Willian Coelho (Democracia Cristã-RJ), que também foi alvo da operação.
O promotor revelou que o trabalho se deu através de mapeamento dos investigados. Os motoristas, proprietários dos caminhões e os empresários, que eram os responsáveis pela receptação e revenda da carga que era furtada. Segundo ele, sete eram as pessoas essenciais para que a organização funcionasse. "Um motorista, você pode contratar outro. Agora, para desarticular a quadrilha, era indispensável que pegássemos os empresários. E assim fizemos, pedindo suas prisões preventivas", disse.
A delegada Juliana Emerique, da 61ª DP (Xerém), explicou que, após os furtos, eram confeccionados falsos registros de ocorrência em delegacias distantes do local do suposto roubo e, para a confecção de alguns desses falsos registros, houve a participação de dois policiais civis, Rodrigo Iacontini e Gilberto Donizete Pires, do estado de São Paulo, que tiveram seu afastamento determinado pela Justiça. Os dois foram denunciados por corrupção passiva. "Essas prisões são muito importantes porque promovem um impacto financeiro muito grande sobre a quadrilha", afirmou.
De acordo com o delegado João Valentim, da 105ª DP (Petrópolis), no decorrer das investigações surgiram indícios de que o vereador licenciado e ex-secretário municipal de Ciência e Tecnologia, Willian Carvalho dos Santos, o Willian Coelho, e seu pai, ex-policial civil Edson dos Santos Filho, integraria a organização criminosa sob a responsabilidade de desviar trilhos do Metrô e encaminhá-los para receptadores em São Paulo.
Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão na residência do pai do vereador, policiais encontraram uma pistola com numeração raspada. Com isso, os agentes prenderam Edson em flagrante. O ex-policial civil já tem uma condenação por tráfico internacional de armas. Ele foi encaminhado até a Cidade da Polícia para prestar depoimento. 
Vereador licenciado, Willian Coelho é um dos alvos de mandado de busca e apreensão na terceira fase da Operação Resina - Divulgação / CMRJ
Vereador licenciado, Willian Coelho é um dos alvos de mandado de busca e apreensão na terceira fase da Operação ResinaDivulgação / CMRJ
No caso do vereador, além da casa, seu gabinete na Câmara também recebeu a visita de agentes com um mandado de busca e apreensão. Lá, recolheram um computador que será submetido à perícia. Em nota enviada à reportagem do DIA, a Câmara do Rio afirmou que colaborou e garantiu total acesso às dependências da Casa à Polícia Civil e ao Ministério Público.
Questionada, a Secretaria de Governo e Integridade Pública da Prefeitura do Rio informou que não foram feitas busca no ex-gabinete do vereador já que as investigações não apontam relação com o exercício de suas funções enquanto esteve à frente da Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia, até o dia 5 de julho deste ano, pelo que se tem conhecimento até o momento.
Procurados, a reportagem não conseguiu contato com os assessores e nem com o próprio vereador Willian Coelho para maiores explicações.