Karen Cristina Gomes foi solta, nesta quinta-feira, um dia após sentença da Justiça decretar sua liberdadeArquivo Pessoal

Rio - Após nove dias de prisão, a cuidadora de idosos Karen Cristina Gomes, acusada de envolvimento em assalto à casa no Cachambi, foi solta nesta quinta-feira (4) do presídio José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte. A saída da jovem que, segundo os advogados, estava presa injustamente por reconhecimento fotográfico falho da polícia foi comemorada pela família.
"Foram nove dias de tortura para a família, porque sabemos da índole dela. Sabemos que ela não tinha participação com o crime. O nosso objetivo agora é conseguir provar a inocência dela", contou o pai de Karen, Rafael Silva, que recebeu a filha na saída do presídio em Benfica.
Ele e o filho de Karen, de 11 anos, estiveram na porta do presídio para receber a jovem. A sentença de soltura foi expedido, nesta quarta-feira (3), mas a saída ainda dependia da recepção do alvar[a pela unidade prisional.
De acordo com Rafael, a sensação que fica é de revolta com as autoridades que decretaram a prisão de Karen. Ela foi presa no último dia 25 de julho, mas o pai garante que ela não teve nenhum envolvimento com o assalto à imóvel no Cachambi.
"Um dos acusados, que teve a digital encontrada na casa, é cunhado da minha filha. É irmão do marido dela, que se encontra preso. Confrontaram o parentesco e, por ela visitar ele na cadeia, eles foram lá, juntaram as coisas, pegaram a foto dela e a acusaram", explicou Silva.
O pai da jovem conta ainda que a defesa constatou que ela não poderia estar no local, já que antenas de GPS comprovavam a localização do seu celular em Paciência, onde ela vive com a família.
"Ela estava em casa naquele dia. Acordou às 4h da manhã para ir ao trabalho, onde atua como cuidadora de idosos, no Méier e esse material comprova o caminho que ela fez", pontuou o pai.
Para Rafael, a investigação feita pelas autoridades policiais falhou desde o início. "Fomos verificar que na rua onde o caso aconteceu tinham cerca de 25 câmeras, mas os policiais não pediram o registro de nenhuma delas. Essas imagens teriam comprovado a inocência da minha filha de cara e a evitariam que ela passasse por todo esse constrangimento", comentou o pai.
Karen é acusada de envolvimento no assalto à residência de um policial federal no Cachambi, Zona Norte. O agente teria sido abordado por um casal na madrugada do dia 24 de fevereiro deste ano, quando voltava para casa após uma festa. Um grupo com três pessoas (dois homens e uma mulher) teria invadido sua casa, o agredido e levado celulares, joias, armas, documentos e uma espada.
Em seu depoimento à 23ª DP (Méier), onde o caso foi registrado, a vítima teria relatado que a mulher seria loira, branca e de estatura média, mas as características não batem com a aparência de Karen.
O pai da cuidadora de idosos comenta ainda que a filha já está sentindo os reflexos da injustiça que sofreu. "Ela perdeu o emprego de cuidadora de idosos que tinha. O patrão ligou hoje para falar que não conta mais com os serviços dela. É isso. Infelizmente não tem o que fazer, mas esperamos que outra porta possa se abrir", finalizou.