Professores e alunos da rede municipal se mobilizaram no bairro do Barreto, na Zona Norte de NiteróiDivulgação

Rio - Professores e alunos da rede municipal de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, realizaram uma paralisação parcial nesta segunda-feira (15) e se mobilizaram no bairro do Barreto, na Zona Norte do município. De acordo com o núcleo do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), a falta de estrutura e profissionais, especialmente professores de apoio, são alguns dos motivos para a manifestação.
O movimento tem previsão para durar três dias. Nos dois primeiros, haverá uma paralisação parcial. Já na quarta-feira, a paralisação será completa. Outras motivações para a greve são em relação à falta de concursos públicos e do reajuste salarial com base no piso nacional do magistério. Segundo o Sepe, a prefeitura desmarcou a mesa de negociações das pautas marcada para o último dia 29 e ainda não houve o agendamento de uma nova data.
"Começamos o ano letivo sem vagas para a educação infantil. Pelo menos sentar para negociar com o sindicato, o prefeito precisa. Manda um, manda outro... mas o prefeito, para dizer que vai pagar o piso e cumprir acordos, até agora, nada. Concurso público é urgente. Precisamos de professores de apoio e professores de todas as disciplinas. Precisamos de um projeto de educação comprometido com uma qualidade socialmente referenciada. Isso é vontade política, simples assim", comentou a professora Eliana Cunha, que faz parte da direção do sindicato em Niterói.
Em uma carta distribuída aos manifestante, o Sepe afirma que o último reajuste, em julho deste ano, foi de 8% e não acompanhou o aumento da inflação. Além disso, não houve o reajuste do auxílio transporte. O sindicato também pede melhores condições de trabalho para aas cozinheiras escolares.
"Pela primeira vez na história, os profissionais de educação da rede de Niterói estão com salário abaixo do piso nacional. O reajuste de 8% não alcança, nem de perto, o piso nacional. A educação tem direito a um reajuste extra de 20,9% para alcançar o piso nacional. Estamos pressionando o governo desde o início do ano. Não temos uma resposta positiva até agora", disse o professor de geografia Diogo de Oliveira, de 34 anos, que faz parte da direção colegiada do sindicato.
"Também reivindicamos o cumprimentos de acordos que já tinham sido feitos e ainda não foram concretizados. A mudança de nomenclatura de 'merendeiras' para 'cozinheiras escolares', um reconhecimento profissional e melhorias das condições, incluindo redução da jornada de trabalho para 30h semanais. Já tinha sido acordado desde abril", concluiu. 
Outra reivindicação da categoria é o cumprimento de quatro Grupos de Trabalhos, que havia sido proposto pelo governo há cerca de três meses para analisar problemas da rede. O sindicato alega que três deles não foram publicados e não tiveram os trabalhos iniciados.
Os professores farão uma aula pública às 14h desta terça-feira (16) em frente ao Terminal João Goulart, localizado no Centro de Niterói. Já na quarta-feira, haverá uma assembleia dos profissionais  de educação e manifestação conjunta com o movimento de mães de alunos com deficiência, em frente ao prédio da prefeitura, também no Centro.
De acordo com a secretaria municipal de Educação, "todos os investimentos em infraestrutura estão sendo antecipados e a prefeitura mantém diálogo constante com o sindicato para ouvir as demandas e avaliar soluções". Além disso, pasta informou que, no início do mês, 70 professores de apoio para alunos especiais tomaram posse no auditório da secretaria. O objetivo é de que eles auxiliem na aprendizagem de crianças com necessidades especiais nas unidades da rede.
A prefeitura também ressalta que "a educação de Niterói vai receber outros investimentos neste ano, entre a contratação de professores, pedagogos e merendeiras". O governo afirma que o processo está em andamento e vai suprir a necessidade da rede. Também está previsto um concurso público para o fim do ano. A pasta entende que a prioridade é "sempre valorizar o profissional da Educação, investir nos alunos e manter a segurança alimentar dos estudantes".