Policiais civis realizaram uma operação para cumprir 23 mandados de busca e apreensão na Comunidade do Barro 3. O material foi encaminhado a Cidade da PolíciaMarcos Porto/Agência O DIA
Criminosos conhecidos como Flamengo e Corinthians são alvos de operação em Caxias
Polícia Civil visa cumprir 38 mandados de busca e apreensão contra grupo de traficantes da comunidade do Barro 3, em Duque de Caxias
Rio- A Polícia Civil realizou uma operação nesta terça-feira (23) com o objetivo de cumprir 38 mandados de busca e apreensão na comunidade do Barro 3, antigo Barro Vermelho, no bairro Pantanal, em Duque de Caxias, na Baixada. Segundo as investigações, a área é dominada pela facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP) e a liderança da região se divide entre Lázaro da Silva Alves, conhecido como Corinthians, e Leandro Santos Sabino, o Flamengo.
Nas redes sociais da comunidade, inclusive, uma foto mostra um muro com os símbolos dos times Flamengo e Corinthians em alusão aos criminosos. Ainda de acordo com a Polícia Civil, na região foi constatada forte dominância de tráfico de drogas. Além de um esquema de extorsão a comerciantes da localidade.
Segundo as investigações, a cobrança imposta a alguns estabelecimentos chega a quantia aproximada de R$ 12 mil por mês, para que possam continuar suas atividades na comunidade sem serem incomodados pelos criminosos. Caso o valor exigido pelo tráfico não seja devidamente repassada, em espécie, os comerciantes são ameaçados de sofrer as mais duras sanções aplicadas pelos traficantes. Além disso, esses mesmos traficantes, associados ao TCP, frequentemente praticam roubos a cargas em diversos pontos de rodovias próximas, levando os roubos até o interior da comunidade Barro 3.
A região se tornou um complexo variado de esquema de obtenção de renda por parte do tráfico de drogas. Por fim, diversas testemunhas relataram que criminosos são vistos com frequência ostentando armas de grosso calibre na localidade, tornando toda a população da região refém. A operação está sendo realizada por agentes da 60ª DP (Campos Elíseos).
O delegado Evaristo Pontes da 60ª DP esteve na Cidade da Polícia, no Jacaré, durante a manhã desta terça (23) para onde os materiais apreendidos foram encaminhados e explicou sobre as formas de lucro do tráfico desta região. Durante a operação, barricadas foram removidas e um suspeito foi preso. A Polícia Civil, no entanto, ainda não divulgou o balanço das apreensões. Em relação a mandados de prisão o delegado informou que os alvos principais já são foragidos da Justiça.
"Não é que a venda de drogas não gere mais lucro é que o tráfico também descobriu uma nova forma de arrecadar muitos valores. Eles estão extorquindo moradores e comerciantes e todos tem que pagar. Os estabelecimentos maiores, como supermercados pagam até R$ 12 mil por mês. Eles também usam do serviço de internet, quando não exploram diretamente eles põe uma empresa com exclusividade e cobram de R$ 35 mil a r$ 40 mil para que preste serviço e cobram alto valor aos moradores. Eles estão arrecadando de todas as formas, então naquela comunidade especificamente temos grande índice de roubo de carga que é descarregada e os produtos vendidos, hoje recuperamos electrodomésticos durante esta operação", disse.
O delegado explicou ainda que caso os comerciantes deixem de pagar o valor estipulado os comércios são fechamos ou até mesmo queimados. "Se não pagar, eles impedem que funcione. Todos são vítimas e impedidos de terem sua liberdade de voz, locomoção e ficam com medo de denunciar, eles só falam em off, na hora de assinar a declaração eles tem medo de serem severamente punidos pelos traficantes", relatou.
Em relação aos criminosos Corinthians e Flamengo, o delegado informou que eles seguem ordens do traficante conhecido como TH, do Complexo da Maré, na Zona Norte.
"A Baixada Fluminense hoje está sendo extensão das grandes favelas da capital, então o grande chefe do trafico é o TH da Maré. O TH manda naquelas comunidades, ele tem mais de 16 mandados de prisão. Ele recebe parte desses lucros pelo Coritnhias, enquanto o Flamengo presta contas ao criminoso Peixão do Complexo de Israel, porque a comunidade é divida em duas partes", disse.
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