Enterro do técnico de farmácia Daniel dos Santos Campelo do Nascimento, nesta terça-feira (06).Marcos Porto/Agência O Dia
Corpo de técnico de farmácia, morto dentro de casa, é sepultado no Caju
Daniel dos Santos Campelo, foi para casa de um amigo se proteger dos tiros, mas acabou atingido. O jovem foi enterrado no dia em que estaria de plantão
Rio - Foi enterrado, na manhã desta terça-feira (06), o corpo de Daniel dos Santos Campelo do Nascimento, morto dentro da casa de um amigo, no ultimo domingo (04), após confronto entre entre policiais do 16º BPM (Olaria) e criminosos na Rua Taborari, no bairro de Brás de Pina, Zona Norte do Rio. O velório, que aconteceu sob forte comoção, reuniu cerca de 100 pessoas no Cemitério do Caju.
Segundo os familiares, o rapaz saía do plantão do Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, na manhã de domingo mas, no caminho, recebeu uma ligação da mãe avisando sobre o tiroteio próximo à residência onde moravam. Ele resolveu, então, ficar na casa de um amigo e esperar o fim do confronto. No entanto, Daniel foi baleado nas costas e morreu no local.
Felipe dos Santos, de 29 anos, irmão da vítima, trabalhou com Daniel na farmácia do hospital e lamentou a perda.
"Meu irmão era um cara muito simples, não tinha grandes ambições na vida. O projeto dele era continuar trabalhando para cuidar da filhinha de 6 anos, e ajudar meus pais em casa". Segundo ele, Daniel gostava de jogar bola e soltar pipa na rua.
O técnico de farmácia trabalhava na unidade de saúde há cinco anos e, inclusive, também foi colega de serviço do pai, Raimundo, de 58 anos. O homem, que é funcionário público lotado na Secretaria Estadual de Saúde, estava muito emocionado e não quis falar com a imprensa.
Adna Spasojevic, 49 anos, também funcionária da Secretaria Estadual de Saúde, contou ao DIA que a família tinha planos de se mudar do local de onde moravam. "O Raimundo já estava construindo uma casa em Saracuruna, para se mudar de Brás de Pina, por causa da violência. Infelizmente, perdeu um filho para ela", disse.
Os farmacêuticos Emerson Santos, 34 anos, e Andreia Tavares, de 47, eram da mesma equipe do rapaz, e contaram como o técnico era no trabalho. "Ele era um rapaz muito brincalhão, mas muito respeitador. No serviço, sempre estava pronto para ajudar, e muito solícito para tudo. A equipe inteira está lá na farmácia, triste", disse Andreia.
Em nota, a Polícia Militar informou que policiais do 16° BPM (Olaria) realizavam patrulhamento na Praça do Country, em Brás de Pina, quando se depararam com um grupo de homens armados. Houve confronto e dois suspeitos foram atingidos. Um foi socorrido, ainda com vida, para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, porém, o outro não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Segundo a corporação, ele foi identificado como Loran de Azevedo Freaza, conhecido como 'Marrom', e apontado como chefe da favela das Cinco Bocas, pertencente a um grupo de comunidades chamado 'Complexo de Israel'.
A assessoria da Polícia Civil disse, também por nota, que "a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso. Testemunhas foram ouvidas e outras devem prestar depoimento. Diligências estão em andamento para esclarecer a origem do disparo que atingiu a vítima, e as circunstâncias do fato".
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