Acidade aconteceu quando Raphael e seus amigos voltavam de uma festa após ver o clássico Flamengo e FluminenseReprodução

Rio - Amigos e familiares de Raphael Montovaneli, de 40 anos, atingido por um tiro na cabeça por um policial militar, afirmaram em postagem nas redes sociais ele teve morte cerebral, na tarde desta terça-feira (20). A informação não foi confirmada pelo Hospital Federal do Andaraí, que segue um protocolo de 72 horas para declarar o óbito. Nos posts, amigos desejaram forças para família e agradeceram o tempo de amizade com Raphael, fruto do companheirismo de arquibancada, em acompanhar o Flamengo. Raphael era ex-presidente da torcida organizada Urubuzada, do Flamengo.
Segundo o Hospital do Andaraí, Raphael segue internado na unidade hospitalar em estado gravíssimo. Ele é técnico em radiologia e segundo as primeiras informações, estariam saindo do jogo entre Flamengo e Fluminense, que ocorreu no Maracanã, na noite deste domingo (18), quando foi atingido.
O caso
Um policial militar do 3º BPM (Méier) foi preso em flagrante por tentativa de homicídio após atingir um homem, identificado como Raphael Montovaneli, com um tiro de fuzil na cabeça, na Rua Souza Dantas, no acesso para Avenida Marechal Rondon, no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio, na madrugada desta segunda-feira (19). A vítima estava no banco de trás de um veículo e a PM alega que o disparo ocorreu após o condutor fugir de uma blitz na região.
Em nota, a Polícia Militar informou que o veículo estaria em alta velocidade na direção dos agentes. "De acordo com os policiais envolvidos na ocorrência, um motorista não obedeceu à ordem de parada de equipes do 3º BPM (Méier). O veículo teria vindo em direção à guarnição em alta velocidade e um dos policiais efetuou um disparo de arma de fogo, atingindo um dos ocupantes", informou o comunicado.
A corporação relatou ainda que o condutor do carro deixou a vítima no Hospital Federal do Andaraí e fugiu do local. O agente que efetuou o disparo foi identificado. Além disso, a PM afirmou que comando do 3º BPM e a Corregedoria acompanham diretamente o caso. Em depoimento, o policial militar assumiu a realização dos disparos, sendo autuado, em flagrante, pelo crime de tentativa de homicídio. Nenhum material ilícito foi encontrado no automóvel em que a vítima estava.
Já a Polícia Civil informou que o veículo em que a vítima estava possuía quatro ocupantes e, ao se deparar com uma barreira policial, efetuou 'manobras bruscas', o que ocasionou a realização de um disparo por parte de um dos agentes que se encontrava em um bloqueio policial.
O órgão também confirmou a versão da PM de que os ocupantes do automóvel levaram a vítima imediatamente ao hospital, e informou que logo em seguida eles foram encaminhados à 25ª DP (Engenho Novo) para esclarecimentos dos fatos.
“Não foram apresentadas armas ou drogas em relação aos ocupantes do veículo, bem como não foi narrada situação de confronto. Ressalte-se que dois dos ocupantes, que se encontravam no interior do automóvel, foram ouvidos em sede policial”, informa um comunicado da Polícia Civil.
Os PMs não encontraram armas ou drogas no veículo onde estava o homem baleado. Dois dos ocupantes do carro já foram ouvidos na delegacia sobre o ocorrido