Paulo César está preso desde o final de maioCléber Mendes / Agência O Dia

Rio - O Ministério Público do Rio (MPRJ) informou, nesta terça-feira (20), que pediu à Justiça a pronúncia do sargento do Corpo de Bombeiros Paulo Cesar de Souza Albuquerque e o julgamento por júri popular. Ele é acusado de tentativa de homicídio contra Mateus Domingos de Carvalho, atendente de uma lanchonete na Taquara, Zona Oeste do Rio, em maio deste ano.
De acordo com o MPRJ, Mateus estava trabalhando como caixa no atendimento drive thru quando houve uma discussão com o sargento por causa de um cupom de desconto. Paulo Cesar invadiu o estabelecimento, agrediu a vítima com tapas no rosto e lhe deu um tiro na barriga. Em seguida, deixou o local sem prestar socorro. Mateus passou por uma cirurgia e perdeu o rim esquerdo. Além disso, teve ferimentos no intestino, que precisou ser reconstruído.
Imagens de uma câmera de segurança mostram o momento da discussão e as agressões. Também é possível ver o bombeiro invadindo a lanchonete e, em seguida, a vítima caída no chão.
"O disparo desferido pelo acusado contra a vítima foi doloso e com intenção de matar, já que ele disparou no abdômen da vítima, quase à queima roupa, visando atingir órgão vital, como atingiu. Como se não bastasse, sendo o acusado Bombeiro Militar, detinha capacidade técnica para avaliar que o disparo desferido contra a vítima poderia ceifar sua vida", informa um trecho das alegações finais enviadas à Justiça.
"Como profissional garantidor da vida, o acusado deveria ter socorrido a vítima e não ter deixado o local, tranquilamente, como destacado pelas testemunhas e pelo próprio acusado. As declarações das testemunhas em juízo evidenciam que, após o disparo, o réu guardou sua arma, saiu do local, entrou em seu veículo e se evadiu, deixando a vítima ferida à própria sorte. Deste modo, as provas são claras e não deixam qualquer dúvida que o réu disparou contra a vítima, com a intenção de matar, e que o resultado morte apenas não ocorreu porque a vítima foi imediatamente socorrida pelos policiais militares, que chegaram ao local para atender a ocorrência", ressalta o documento.
O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) informou que o processo está em fase de alegações finais e ainda não há sentença de pronúncia, que é o que define se o réu vai a júri popular.