Projeto de Lei da Comissão de Transportes da Alerj propõe cabine de isolamento para motoristas do BRT
Segundo o presidente da Comissão, o deputado Dionísio Lins (Progressista), seria para evitar agressões aos profissionais
Usuários do BRT desconectam os mecanismos de fechamento das portas, arrebentando os fios, para que elas permaneçam abertas e eles possam sair onde quiserem, arriscando suas vidas
- Divulgação
Usuários do BRT desconectam os mecanismos de fechamento das portas, arrebentando os fios, para que elas permaneçam abertas e eles possam sair onde quiserem, arriscando suas vidas
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Rio – Um projeto de lei da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) propõe que uma cabine de isolamento seja implantada em todos os articulados, sem exceção, para proteger os motoristas de agressões físicas vindas de usuários.
Segundo a assessoria de imprensa do deputado Dionísio Lins (Progressista), presidente da comissão, os inúmeros registros de agressões sofridas por motoristas que atuam nos ônibus do BRT por usuários insatisfeitos com o serviço oferecido pela Prefeitura do Rio pela empresa Mobi-Rio vêm chamando a atenção da comissão. A implantação da cabine seria para resguardar a integridade desses profissionais.
O projeto determina ainda que as empresas de transporte do estado do Rio de Janeiro, principalmente as que possuem veículos articulados, deverão manter, pelo menos, mais um funcionário no interior do veículo, que será responsável pelo controle do pagamento das passagens com validadores, como ocorre nos Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), uma vez que, atualmente, mais de 90% do pagamento das passagens é efetuado eletronicamente.
Segundo o parlamentar, o sistema BRT vem acumulando desde a sua inauguração, em 2012, um histórico de problemas que vão de ônibus que quebram durante as viagens, perdem suas rodas nos trajetos e pegam fogo até superaquecimento. Ainda de acordo com o deputado, além de trafegarem com as portas abertas, os usuários também são obrigados a conviverem todos os dias com a falta de segurança e organização nas plataformas de embarque, gerando descontentamento que podem acabar em agressão ao motorista, como se o profissional fosse responsável pela situação.
"Hoje, o BRT conta com 440 motoristas e 107 km de pista distribuídos pelos três corredores existentes, que são atendidos por 190 articulados transportando diariamente 500 mil pessoas. Temos informação de profissionais que lá trabalham, que todos os dias 70 veículos voltam enguiçados para as garagens. Para piorar essa situação, no verão, quando as temperaturas são elevadas, esse número sobe para 110 veículos. Esse funcionário explicou que o calor intenso aquece o líquido de arrefecimento, que quando chega a 120° graus obriga o motorista a parar o articulado sob pena de causar um incêndio ou fundir o motor, já que a manutenção do sistema BRT é muito precária", afirmou Dionísio.
Procurada, a assessoria de imprensa da Mobi-Rio informou que os motoristas estão sendo ameaçados pelos usuários porque estão tentando fazer cumprir o procedimento de não circular com as portas abertas, em prol da segurança dos próprios passageiros.
Agentes do programa BRT Seguro, da Secretaria de Ordem Pública (Seop), estão atuando para garantir a integridade física dos condutores que são ameaçados. Há passageiros que chegam a desconectar os mecanismos de fechamento das portas, arrebentando os fios, para que elas permaneçam abertas e eles possam sair onde quiserem, arriscando suas vidas.
Vandalismo contra ônibus do BRT deixa duas pessoas feridas
Um ônibus da linha 53 A (Sulacap-Alvorada), do BRT, foi alvo de vandalismo por volta das 7h24 desta quinta-feira (22). Segundo relatos de passageiros e do motorista, o veículo foi atingido por uma pedra quando passava pela Estação Boiuna, na Taquara, tendo o vidro quebrado. Duas pessoas foram feridas e levadas pelo Samu para o Hospital Municipal Lourenço Jorge. Ainda não há informações sobre a identidade e estado de saúde das vítimas.
Outros dois articulados do corredor Transcarioca tiveram os dispositivos que acionam as portas arrebentados na Estação Aroldo Melodia, na Ilha do Fundão. De acordo com a concessionária, os motoristas dos ônibus disseram que os responsáveis pelos danos não queriam que as portas fossem fechadas.
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