Os profissionais, que estão concentrados na porta da unidade e, em maioria, vestem preto, gritam palavras de ordem contra a decisão judicial que proibiu o reajuste salarial, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, em 4 de agosto.
De acordo com a entidade, a paralisação respeitou decisão judicial impetrada pelo Sindicado dos Hospitais, Clínicas e Casas de Saúde do Município do Rio de Janeiro que obrigava a manutenção de 90% dos profissionais em serviço, e 10% na paralisação.
Uma das reivindicações da categoria é a utilização da verba do orçamento secreto como garantia financeira para a implantação do piso salarial. Um grupo de senadores já enviou ao congresso um projeto que destinaria R$ 10 bilhões, que já estão na área da saúde no Orçamento, para o pagamento dos profissionais.
Segundo o presidente interino do Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro, Marco Schiavo, é papel do congresso precisa definir a origem da receita para implementação da lei.
"Os parlamentares é quem precisam dizer de onde vai vir o dinheiro. Eles foram eleitos para isso. Não é o sindicato que vai dizer para eles como resolver essa situação".
Marco não descarta um acordo para encerrar as manifestações. "Nós estamos abertos a um acordo. Os governos podem, de forma autônoma, implementar um aumento para toda a categoria que substitua a lei".
Ele acrescentou ainda que, caso não haja avanço nas negociações, foi acordada em plenária a realização uma nova manifestação na próxima segunda-feira (03) em frente ao Rio Imagem, na região central.
Procurada, a assessoria do Hospital Pasteur informou que "a adesão de seus colaboradores à manifestação foi próxima a zero e que ela não afetou nenhum dos serviços prestados pela unidade".
Ministro Luis Roberto Barroso atendeu a pedido da Confederação dos Hospitais
Na liminar que suspendeu o reajuste da categoria, Barroso atendeu a um pedido da Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde) e, em sua decisão, concordou com o argumento da entidade sobre os riscos de demissão em massa nos hospitais. O ministro mencionou ainda a redução da qualidade de serviços no setor da saúde, com fechamento de leitos.
O sindicato contesta o argumento do ministro e afirma que, durante a pandemia de Covid-19, os hospitais e clínicas, em todo o país, tiveram lucro recorde, o que possibilitaria o aumento previsto pela lei. Acrescentam ainda, que a categoria é essencial e foi sacrificada durante todo o período. De acordo com o presidente, Marco Schiavo, "os impactos financeiros da medida foram discutidos no Congresso e garantiram a aprovação, no mês passado, do projeto de lei".
Profissionais de enfermagem realizam manifestação em frente ao Hospital Pasteur#ODia Crédito: Reprodução/Redes Sociais pic.twitter.com/FLBM75yufq
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