Davi Brasil Caetano foi preso em 2019 acusado de liderar grupo paramilitarReprodução/Tv Globo
Também foram condenados Alex Sandro Bonifácio Machado, o Chin; Wellington Cláudio Lucente, o Jiló; Eduardo Santoro da Silva; João Carlos Lustosa da Costa; Carlos André Von Held Ignácio; Adriano Villemem de Oliveira, conhecido como Naninho; Abner Brito de Oliveira Ruela, o Gordinho; e Carlos Luciano Soares da Silva, o Macaco Louco. Todos eles já estão presos.
"(...) Os motivos do réu e seus comparsas milicianos eram deveras menores, já que buscavam não só extorquir pessoas, com cobranças de 'taxas' de segurança, 'gatonet' e até kit churrasco, como também se orgulhavam em ser conhecidos como justiceiros que eliminavam traficantes da localidade", destacou o juiz Luís Vasques na decisão.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, a milícia atuava de forma setorizada, ocupando uma vasta área do município e instalava um regime de terror como um poder paralelo ao do Estado. O bando cobrava taxa de segurança dos moradores, explorava o fornecimento de gás, água e cestas básicas, além de impor serviços clandestinos de televisão e internet. Segundo depoimento de testemunhas, os milicianos eram sanguinários, chegando a gravar um vídeo de uma vítima sendo esquartejada.
O grupo tinha como território de atuação três condomínios do Programa Minha Casa, Minha Vida em Queimados. Em 2016, ano em que a milícia já comandava a região, a cidade foi apontada como a mais perigosa do Brasil. De acordo com o juiz Luís Vasques, os criminosos conseguiam o domínio territorial a partir de inúmeros homicídios cometidos.
"Como se nota, tal situação trouxe consequências nefastas à comunidade e aos seus moradores, que viram deterioração da salubridade de vida, com pessoas deixando a Cidade e consequentemente variados prestadores serviços, havendo ainda evidente desvalorização imobiliária", ressalta o magistrado.
O ex-vereador Davi Brasil já foi secretário de Defesa Civil do Município de Queimados. Ao ser preso, ele debochou e acenou para as câmeras.
Terror na internet
De acordo com o MPRJ, os "Caçadores de Ganso" atuam em três condomínios de Queimados (Valdariosa, Ulysses Guimarães e Eldorado), amedrontando a população local.
O grupo mantinha páginas na Internet, onde anunciava quem seria suas vítimas. Em 2017, durante a Operação Queimados Livre, a polícia identificou os criadores administradores dos perfis, apreendendo armas e material ligados ao grupo.
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