O taxista Márcio Antônio do Nascimento Silva morreu aos 58 anos. Ele aparece recolocando cruzes na Praia de Copacabana, depois que elas são derrubadas, num ato da ONG Rio de Paz. Reprodução/ONG Rio de Paz

A notícia da morte do taxista Márcio Antônio do Nascimento Silva, um símbolo absoluto de indignação contra o descaso da pandemia, mexeu muito comigo… Ele morreu na segunda-feira, aos 58 anos, vítima de problemas do coração.

Pra quem não lembra, ele é o cara que aparece recolocando cruzes na Praia de Copacabana, depois que um negacionista derruba todas elas, num ato da ONG Rio de Paz. Marcos tinha acabado de perder o filho de 25 anos para o coronavírus… Um garoto saudável, com uma vida pela frente, que ficou por 16 dias internado.

A morte desse pai dois anos depois daquele episódio me mostrou e, acho que mostra pra todo mundo, que as sequelas da Covid estão aí, e muito mais que físicas. Elas estão na alma. No coração de cada um que perdeu um dos seus.

Márcio não se conformava com a morte do filho! O coração não aguentou aquela dor, essa é a verdade. Aliás, que pai aguenta a inversão da ordem das coisas?

O Hugo era o maior parceiro do Márcio! E depois que ele morreu, acabou para o pai qualquer sentido de vida.

Como eu disse, Márcio virou sim um símbolo, recebeu prêmios por fazer a diferença naquele momento tão desesperador para todos nós, foi convidado para depor na CPI da Covid. Mas o que isso valia pra ele, já que enterrou um filho, assim como tantas outras pessoas enterraram seus quase 700 mil parentes?!

A pandemia pode até parecer ter acabado, mas ela ainda continua aí, acumulando suas vítimas, mesmo que elas não sofram com tudo aquilo que o vírus, esse inimigo invisível, causa com tamanha violência.

A gente precisa pensar muito nisso. Quem são os órfãos dessa pandemia? Onde eles estão, em quais condições estão vivendo?

Apesar de esse não ser o nome correto, Márcio também era um órfão. Um órfão de vida que não suportou estar aqui.

Muita força à família de Márcio, do Hugo, e todas que até hoje choram e sofrem…

Poderia ter sido muito diferente.
PINGO NO I
A bancada feminina, seja no Congresso Nacional ou na Alerj, aumentou, mas não chega nem perto daquilo que a gente considera ideal… Ainda mais que o maior eleitorado do país somos nós!

Mas mesmo assim, é muito bom ver a mulherada na conquista de números de votos expressivos, batendo recordes, e cada vez mais atuantes no exercício do legislativo. Independentemente de ideologia, naquilo que você acredita, mulheres estão em destaque! Caso das deputadas federais eleitas Daniela do Waguinho (União Brasil) e Taliria Petrone (PSOL). Ainda tivemos Renata Souza (PSOL), a mulher mais votada para deputada estadual.

Então é isso! Não tem mais essa de candidata “laranja” pra cumprir cota ou somente suprir a necessidade de uma legenda. Tem mulher na labuta e dando a cara pra bater! Gostando ou não, vai ter que aceitar… Porque elas vieram pra ficar. Eu tô falando é de representatividade!
TÁ SOLIDÁRIO!
Gente, bora ajudar o Lar Santa Catarina, que precisa muito de doações nesse momento? A casa fica em Petrópolis e faz um trabalho espetacular com adolescentes e adultos com deficiência mental.

Os itens que a instituição precisa são bem simples, todo mundo pode colaborar: creme hidratante, protetor solar, prestobarba, sabonete líquido, desodorante e também meias. São só alguns materiais, mas qualquer ajuda é muito bem-vinda.

É corrente do bem, investimento em cuidado, atenção e também educação. Isso é cidadania e não há sensação melhor na vida do que participar, fazer o que é certo, e usar o coração! Eles agradecem.

O telefone para quem puder é: (24) 3302-2217.

Por isso, se você me perguntou se tá feio ou tá bonito… É hora de pregar amor, essa é a nossa melhor arma, e tenho dito!