Segundo Isabel, a tradição de ir à paróquia existe desde que Max chegou em sua vida, em 2017Cleber Mendes
Moradora do Catete, Isabel Aquino, de 43 anos, é tutora do cão Max, um chihuahua de 5 anos. Segundo ela, a tradição de ir à paróquia existe desde que ele chegou em sua vida, em 2017. "Eu fui criada na Igreja Católica, tenho muitos santos dos quais sou devota e São Francisco é um deles. Como eu considero o Max um filho, esse é o padroeiro e o santo de devoção dele também. E eu, como mãe, tenho a obrigação religiosa de levá-lo à Igreja para receber a bênção. Esse dia é muito importante tanto para a igreja quanto para nós, que gostamos de animais e cuidamos como um ente da família. Nós não poderíamos deixar de ir", explicou a servidora pública.
Isabel disse ainda que agradece a São Francisco pela vida do cão, já que ele trouxe muita alegria à sua rotina. "Max mudou muito a minha vida, principalmente pelo fato de que eu fico demais em casa. Com ele, eu precisei criar o hábito de sair e passear. Ele me faz muita companhia. Dorme comigo, vê televisão comigo e fica ao meu lado enquanto eu trabalho. Então é uma coisa quase de alma. É o meu melhor amigo", afirmou.
Já Sônia Maria Alves Rodrigues, de 55 anos, mora com a mãe, Maria Alda, de 87, e os cães Serena, uma vira-lata de 6 anos e Benjamin, um maltês de 1 ano e 10 meses, na Tijuca. Apesar de ter apenas dois bichinhos, ela também levou um terceiro cão à igreja para receber a bênção.
Sandra de Souza, de 75 anos, é aposentada e mora no Centro com o marido Fernando Antônio, 64, e seus cães vira-latas Faísca, de 4 anos e Zeus, de 15. Ela contou que levou todos os cães que teve à igreja e mantém o hábito até hoje.
Maria Eduarda Moraes, 18, é tutora do cão Bibble, de 2 anos, e vive em São Gonçalo junto aos pais e ao cão. A jovem explicou que foi à igreja agradecer pela realização do desejo de ter um cachorro, o qual esperou desde a infância. "Eu ganhei o Bibble em 2020. Mas, com a pandemia, eu não consegui trazê-lo na igreja para receber a bênção. Este ano eu consegui, então eu o trouxe para agradecer pela vida e companhia dele. Nós somos muito grudados, ele não sai do meu colo. Mas confesso que ele não gostou muito de vir. Está querendo ser mais independente", contou Maria.
- Paróquia Santa Rosa de Lima (Barra da Tijuca): missa às 9h e benção dos bichos de 10h à 11h.
- Paróquia Nossa Senhora das Graças (Curicica): benção dos animais às 10h e 15h (entrada com 1kg de alimento não perecível) e missa às 19h
Entenda a importância do santo
São Francisco de Assis nasceu em 1181 na cidade de Assis, na Itália. Homem religioso e fundador da Ordem dos Franciscanos, ele era filho de um rico comerciante de tecidos, mas fez votos de pobreza, compartilhando os ganhos do comércio com os mais necessitados.
Além da ligação com os pobres, São Francisco de Assis também estendeu o olhar aos animais e à natureza, a ponto de ser considerado padroeiro. Uma das histórias sobre o santo diz que bandos de andorinhas o seguiam continuamente formando uma cruz e que, em uma ocasião, na qual ele ia pregar em Alvino, disse: "Irmãs andorinhas, agora eu tenho que falar comigo".
São Francisco de Assis faleceu assistido pelos discípulos, em Assis, Itália, no dia 3 de outubro de 1226. Dois anos depois de sua morte, foi canonizado pelo Papa Gregório IX. Na Itália, a igreja de São Francisco de Assis foi inaugurada em 1256, também na cidade de Assis. No local, há um museu em homenagem ao santo. Além disso, São Francisco foi quem inspirou Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, a escolher seu nome papal após o pedido de outro cardeal, o brasileiro Cláudio Hummes, para que o novo pontífice "não se esquecesse dos pobres".
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