Rio - A Polícia Civil prendeu 14 pessoas em flagrante nesta terça-feira (4), em São Gonçalo, na Região Metropolitana, que seriam integrantes de uma quadrilha que aplicava o golpe do falso empréstimo. De acordo com as investigações, os criminosos tinham um escritório de onde ligavam para as vítimas fingindo ser de bancos para conseguirem dados pessoais. Com as informações, eles faziam empréstimos e ficavam com o dinheiro.
Segundo a Polícia Militar, após receberam uma denúncia, equipes da 75ª DP (Rio do Ouro) foram até o local, situado no Stilo Shopping Alcântara, no bairro Raul Veiga, onde localizaram dois andares de escritórios onde funcionavam um call center utilizado como central para aplicação dos golpes.
As investigações apontaram que os estelionatários entravam em contato com as vítimas com a informação de que haviam adquirido empréstimo consignado e que tal quantia seria depositada em suas contas no dia seguinte, com a negativa da aquisição, eram convencidos de que haviam caído em um golpe. Após isso, explicavam que para cancelar a transação era necessário enviar documentos e fotos. Além disso, também era enviado um link para que a vítima assinasse digitalmente o suposto cancelamento.
O delegado titular da 75ª DP, Jorge Maranhão, contou que as investigações começaram após a delegacia receber inúmeras ocorrências vindas de outros estados e municípios denunciando o crime.
"As investigações começaram há algum tempo. Nós estávamos observando diversas ocorrências envolvendo estelionatários com diversas pessoas de outros estados e de outros municípios. Com as investigações, descobrimos que a empresa Vênus, que antigamente era situada em Belo Horizonte, estava atualmente no bairro Raul Veiga. Fizemos uma operação, encontramos duas empresas em funcionamento, soubemos que tinham outras empresas também, tentamos chegar no local, mas várias pessoas conseguiram fugir", explicou.
Os dados eram utilizados para contrair empréstimos verdadeiros em bancos em nome das vítimas, mas o dinheiro ficava com a quadrilha. E para concluir, os golpistas informavam que caso caísse quaisquer quantias na conta do beneficiário o mesmo deveria desconsiderar e efetuar o estorno por meio de pagamento de um boleto. A quadrilha aplicava golpes de valores que variavam entre R$ 300 e R$ 80 mil. Ainda de acordo com as investigações, as principais vítimas escolhidas eram idosos e militares residentes de outros estados.
fotogaleria
No local, os agentes encontraram diversos documentos e textos que serviam como roteiro de orientação indicando a forma para abordar a vítima. Durante a ação, foram apreendidos 40 computadores que vão passar por perícia para identificação das pessoas e dos bancos lesados pela organização criminosa.
Segundo o delegado, 20 pessoas foram levadas até a delegacia, mas somente 14 permaneceram presas. "Nós conseguimos conduzir 20 pessoas para a delegacia, sendo 14 presas em flagrante, os outros seis estavam na sala de baixo e não tinha material o suficiente para a prisão".
Os 14 presos, identificados como Adriano da Silva Souza, Nathalia Miranda, Thaynara Vivian da Silva Carvalho, Julia Castro Sá de Araújo, Thays Gorne Gonçalves, Laryssa Gomes Duarte, Anna Karolyna de Souza Abreu, Ana Paula do Nascimento Silva, Lurdiene Ferreira dos Santos, Mariana Pereira de Barros Gomes, Ivson Oliveira Colin, Ellen da Silva Oliveira, Iolanda de Oliveira Costa e Miriam da Silva Almeida, foram indiciados por estelionato e associação criminosa. A Polícia precisou utilizar um ônibus da linha municipal da cidade para transportar os presos até a delegacia.
O delegado ainda faz um alerta à população. "Que sirva até de orientação para as pessoas não fornecerem nenhum tipo de documento quando for solicitado por um banco. Caso tenha alguma dúvida, ligue para o gerente, vá até o banco, não forneça informações pelo telefone e jamais mande foto da identidade para qualquer local. Facilita muito a vida do estelionatário".
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.