Leonardo Lindolfo da Silva, de 30 anos, deixa uma filha de 13 anosReprodução do Facebook

Rio - A Corregedoria Geral da Polícia Militar apura a conduta de um PM de folga envolvido na morte de um mototaxista, na madrugada do sábado passado (1º), em Marechal Hermes, Zona Norte do Rio. Segundo relatos de familiares e amigos da vítima, o policial teria confundido Leonardo Lindolfo da Silva, de 30 anos, com um assaltante. Ele foi atingido pelas costas, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.

O mototaxista teria sido confundido com criminosos que roubaram um motorista de aplicativo momentos antes, na Rua Carolina Machado. Imagens de câmeras de segurança da região, inclusive, mostram o momento em que um carro passa acelerando próximo da moto de Leonardo e, segundos depois, ele sai em disparada com o PM correndo logo atrás.
"Hoje, sem dúvida, é o dia mais triste da minha vida. Acordei com a pior notícia que poderia levar. Perdi meu irmão, amigo, parceiro que não merecia o que aconteceu com ele. Trabalhando no mototaxi foi abordado em Marechal Hermes, próximo ao ponto onde trabalhava, para defender o pão de cada dia por dois policiais a paisana, com carro descaracterizado, e confundindo com bandido. (Os policiais) Atirando pelas costas covardemente, sem direito de defesa, mataram um inocente. Mais uma morte covarde por aqueles que deveriam defender a população", compartilhou Leandro Silva, irmão de Leonardo.
De acordo com a Polícia Militar, a Corregedoria Geral está apurando o caso e colabora com as investigações do caso pela Polícia Civil. O registro de ocorrência do caso foi feito na 30ª DP (Marechal Hermes), mas também é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).

O registro de ocorrência, aliás, é um dos pontos criticados pela família de Leonardo. Em entrevista ao RJTV 1ª Edição, da TV Globo, nesta quarta-feira (5), a advogada à frente do caso defendeu que é necessário refazer a anotação na delegacia, já que ela não menciona detalhes da dinâmica, como o momento do disparo que matou o mototaxista.

Um colega de Leonardo estava na garupa no momento em que tudo aconteceu, mas conseguiu pular do banco da motocicleta, segundo ele, ao perceber que o PM apontava uma pistola para eles. 

A morte de Leonardo, que deixa uma filha de 13 anos, causou revolta entre os amigos mototaxistas. O grupo fez uma manifestação, nesta terça-feira (4), na Rua Aurélio Valporto, em Marechal Hermes, para pedir Justiça pelo colega.