Segundo a vítima, João Diogo Jennings teria xingado-a depois de ter se recusado a manter relações sexuaisReprodução/Botafogo de Ribeirão Preto

Rio - A defesa do jogador do Botafogo de Ribeirão Preto, João Diogo Jennings, criticou a conclusão do inquérito que indiciou o atacante e outros dois atletas do time, Dudu Hatamoto e o argentino Alexis Lucas Delgado, respectivamente, por injúria e importunação sexual, estupro e dissimulação. O trio é suspeito de ter cometido violência sexual contra uma mulher, em um hotel no Santo Cristo, Zona Portuária do Rio, no último dia 26. 
Uma nota divulgada pelos advogados Graciele Queiroz e Raul Rodrigues diz ter recebido com "extrema estranheza" o relatório final do que chamou de "célere inquérito policial", que imputou a João Diogo os crimes de importunação sexual e injúria. A defesa alega que o indiciamento não cabe ao delegado, mas ao Ministério Público, que ao ter acesso, vai decidir se há ou não indícios das práticas.
Os advogados destacam ainda que não houve conduta criminosa por parte do atacante "em nenhum momento e sob nenhuma ótica que se analise" e reforçaram que o atleta compareceu espontaneamente à 4ª DP (Praça da República), apesar de morar em Ribeirão Preto, ao saber das acusações da mulher. A defesa afirma ainda que é "intolerável antecipar qualquer juízo de valor sobre o caso em tela apenas por falas vazias da "sedizente" com especulações propagadas".
"É sabido que a palavra da mulher tem relevante valor, entretanto deve ser corroborada com demais elementos fáticos que sejam capazes de corroborar com o alegado, afinal estamos diante de uma gravíssima acusação e que não pode ser tratada como verdade absoluta sem que haja uma base sólida para isso", continua a nota, que diz ainda que "as incongruências e inverdades no discurso da sedizente serão cristalinas ao longo da instrução processual e toda sociedade saberá da verdade". 
Ainda segundo os advogados de Jennings, foram protocoladas diversas petições requerendo diligências para colaborar com a trabalho da Polícia Civil, mas que não foram atendidas. Segundo a defesa, a autoridade policial concluiu o inquérito com "ligeireza" sem ouvir a testemunha requerida por eles e sem investigar quem estaria por trás de um perfil falso nas redes sociais, que pediu R$ 50 mil para retirar a queixa contra os jogadores. 
Ainda de acordo com o texto, o inquérito policial foi finalizado sem que Alexis Lucas prestasse depoimento, mesmo tendo se colocado a disposição para ser ouvido, conforme e-mail enviado para a Polícia Civil de São Paulo. O jogador nunca foi chamado para ser ouvido, nem mesmo por carta precatória, já que retornou para a Argentina, após ter o contrato rescindido com o Botafogo de Riberão Preto. Confira a nota na íntegra ao final.  
Relembre o caso
Na madrugada do dia 26 de setembro, a mulher que acusa o trio de violência sexual conheceu Delgado em uma boate da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, durante a comemoração da vitória do Botafogo de Ribeirão Preto - time da série C do Campeonato Brasileiro -, após o jogo contra o Volta Redonda, no estádio Raulino de Oliveira, no Sul Fluminense, que garantiu a classificação do time para a Série B do Brasileirão.
A vítima concordou em ir até o hotel onde ele estava hospedado no Santo Cristo e, segundo seu relato, a relação com Delgado, inicialmente, foi consensual. No local, ela pediu que o jogador utilizasse preservativo para que tivessem relações, mas ele não teria respeitado. Pouco depois, João Diogo e Dudu teriam batido à porta do quarto, que foi aberta pelo argentino, contrariando a mulher, que teria dito para que não o fizesse. 
Ao entrarem no quarto, Hatomoto e Jennings teriam tentado agarrar a mulher. Muito assustada, ela ainda contou que após sua negativa para ter relações com os três jogadores, Dudu debochou da situação e lhe deu uma mordida em seu seio. O caso foi registrado na 4ª DP (Praça da República). A vítima recebeu medicação contraceptiva e contra HIV no Hospital Municipal Souza Aguir e passou exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
Íntegra da nota da defesa de João Diogo Jennings
"A Dra. Graciele Queiroz e o Dr. Raul Rodrigues, advogados do jogador João Diogo Jennings, vêm, através dessa nota oficial, se manifestar tecnicamente sobre os fatos ocorridos com o fim do inquérito policial.

Com extrema estranheza que, ao tomar conhecimento do relatório final do célere inquérito policial, constatamos que o delegado responsável imputou ao jogador João Diogo a conduta dos artigos 215-A e 140 do Código Penal, o indiciamento não cabe ao delegado e sim ao ministério publico que ao ter acesso ao relatório final irá decidir se há ou não indícios.

Insta salientar, que NÃO HOUVE CONDUTA CRIMINOSA praticada por João Diogo em nenhum momento e sob nenhuma ótica que se analise o caso. Importante também frisar que João Diogo compareceu espontaneamente à 04ª Delegacia de Polícia do RJ, mesmo residindo em Ribeirão Preto – SP, ao tomar conhecimento dos fatos que lhes eram imputados pela sedizente.

A defesa protocolizou diversas petições requerendo diligências afim de colaborar com o trabalho da polícia, entretanto não foram atendidas pela autoridade policial que, com ligeireza, finalizou um inquérito dessa complexidade e importância em apenas 10 dias, sem ouvir a testemunha requerida pela defesa e sem investigar quem estaria por trás de um perfil fake na rede social “Instagram”, (que pediu R$ 50 mil reais para “retirar a queixa”) sendo que a lei estabelece 30 dias de prazo prorrogável por mais 30 para conclusão do ato pré processual.

É intolerável antecipar qualquer juízo de valor sobre o caso em tela apenas por falas vazias da “sedizente” com especulações propagadas, é sabido que a palavra da mulher tem relevante valor, entretanto deve ser corroborada com demais elementos fáticos que sejam capazes de corroborar com o alegado, afinal estamos diante de uma gravíssima acusação e que não pode ser tratada como verdade absoluta sem que haja uma base sólida para isso.

Por derradeiro, é importante esclarecer que o inquérito policial foi encerrado sem que o jogador Alexis Lucas Delgado fosse ouvido, apesar de ter se colocado à disposição desde o início, conforme e-mail enviado para polícia civil de São Paulo, entretanto nunca foi chamado para ser ouvido, nem mesmo por carta precatória, haja vista ter retornado à Argentina desde que teve seu contrato rescindido com o clube Botafogo – SP.

As incongruências e inverdades no discurso da sedizente serão cristalinas ao longo da instrução processual e toda sociedade saberá da verdade.

Graciele Queiroz
Raul rodrigues"