Responsáveis devem ficar atentos aos objetos pequenos, em especial às baterias, que representam o maior riscoEduardo Kapps / Secretaria Municipal de Saúde
O alerta é feito pelo otorrinolaringologista Édio Cavallaro, subchefe do serviço de otorrinolaringologia do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. Referência no estado, a unidade realiza cerca de cinco mil atendimentos por ano para a retirada de corpos estranhos em ouvido, nariz, garganta, brônquios e esôfago.
"Os pais e responsáveis devem ficar atentos a quaisquer objetos pequenos que possam ser engolidos ou introduzidos pelas crianças no ouvido ou nariz”, advertiu o otorrino, que faz um alerta especial em relação às baterias, que representam o maior risco:
"Elas liberam uma substância cáustica que queima os tecidos vizinhos, seja no nariz, na orelha, ou pior, no esôfago, podendo até fechar a passagem de alimentos. Se isso acontecer, essa criança deve ser assistida o mais brevemente possível", orientou, explicando também que a aspiração dessas peças para o pulmão pode levar a quadros de infecção, como pneumonia.
Uma das dicas para evitar problemas às crianças, segundo o especialista, é se atentar para a origem do brinquedo, que deve ter o selo do Inmetro, e para a indicação etária indicada na embalagem: "precisamos levar em conta que há um elevado índice de pirataria e, com isso, brinquedos de todos os jeitos que não seguem as normas técnicas. Então o primeiro passo é saber se o brinquedo é certificado pelo Inmetro, que vai ver, por exemplo, se ele tem uma trava de segurança na bateria. A outra questão é entender a idade indicativa desse brinquedo. Se ele não for recomendado para menores de três anos é porque tem peças pequenas, pode fragmentar, e a criança, especialmente aquela na fase oral, pode deglutir ou colocar em orifícios do corpo", explicou.
Para evitar que os pequenos se envolvam em acidentes, Cavallaro pede que os adultos tomem todos os cuidados possíveis, já que os objetos introduzidos não causam incômodo imediato. E que, se os responsáveis suspeitarem de algo errado na crianças, eles devem buscar o serviço de urgência.
Apesar disso, o momento pede calma. Mais de 90% dos casos de corpos estranhos atendidos no Hospital Souza Aguiar, por exemplo, são resolvidos no próprio consultório, sem necessidade de intervenção cirúrgica. Caso a criança coloque uma das peças no ouvido, o otorrino aconselha: "de forma geral, são indolores e de baixo risco, portanto, em casos constatados à noite, os pais podem aguardar a manhã seguinte para se dirigirem ao hospital."
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