Susana Naspolini morreu após longa batalha contra quinto câncer, aos 49 anosArquivo
Nas ruas, cariocas se despedem da jornalista Susana Naspolini
A carismática repórter do RJ Móvel morreu ontem, aos 49 anos, após longa batalha contra o quinto câncer
Rio - O povo do Rio acordou triste com a partida da mais carioca das catarinenses. Repórter da TV Globo, a jornalista Susana Naspolini morreu nesta terça-feira (25), aos 49 anos, após muito lutar há 2 contra um câncer na bacia, que já havia feito metástase. Em Copacabana, Zona Sul do Rio, populares afirmam que a sensação lembra perder alguém da própria família pela característica alegre de Susana e seu carisma que envolvia a todos.
Retrato dessa proximidade relatou a aposentada Gervina Mesquita, de 75 anos, moradora do bairro. Ela contou que, ao ligar a TV e ver a imagem de Naspolini, por um breve tempo, achou que ela havia voltado, quando se deu conta do pior.
"Assim que acordei, liguei a televisão e dei de cara com vídeo da Susana. Achei que ela tivesse voltado, porque acompanho-a há muitos anos e vi o quanto ela era guerreira e resistente. Bati palmas de alegria sozinha em casa. Pouco tempo depois, prestei mais atenção e vi o (Flávio) Fachel e a Silvana contando a triste notícia. Só sentei e chorei, porque ela era presente nas nossas casas, no nosso dia a dia, como se fosse um familiar. Eu queria dar um abraço na filhinha dela. Que Deus possa dar forças e suporte a essa menina", disse.
Moradora da Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, a aposentada Maria Zenaide Cardoso, 67, é mais uma pessoa que reafirma a presença constante da repórter na vida dos cariocas.
"Eu gostava dela, porque ela ia para o lugar com o intuito de brincar, descontrair, mas, acima de tudo, resolver. Se não resolvesse, ela cantava até parabéns para o buraco na rua que estivesse atrapalhando a população, andava de bicicleta no chão que tinha que ter asfalto. Ou seja: ela era povo. Era uma de nós e acho normal que sintamos a perda dela, como se fosse alguém realmente próximo. Peço pela alma dela e força a Julia, a filha dela, que com 16 anos perde a mãe após perder o pai há oito anos", afirmou.
Elizete Gaspar, 52, é vendedora ambulante próximo a saída Siqueira Campos do Metrô. Ela contou que já teve a oportunidade de ver Susana de passagem em uma das matérias que ela fazia pela rua e presencial ao vivo toda o carisma genuíno, segundo ela, da jornalista.
"Toda vez que você ligava a televisão, tava ela lá de skate, patins ou bicicleta, fazendo humor, mas reivindicando aquilo que a população precisa. Em tudo que ela fazia, dava a impressão de ser 'gente como a gente'", destacou.
Vendedor de frutas na esquina da Siqueira Campos com Rua Tonelero, Rodrigo Paiva, 32, disse que, apesar de difícil, acreditava na possibilidade dela vencer mais essa batalha.
"Ela fazia o diferente. Fazia aquilo que só ela fazia. Comunicava de uma forma única, com um jeito carismático de ser que cativava a todos. É uma perda não só para a televisão, como para o povo", comentou.
Longa batalha
Sempre alegre e animada, Susana enfrentou diversos problemas de saúde ao longo da vida. Aos 18 anos, Susana teve o primeiro diagnóstico de câncer, um linfoma de Hodgkin. Aos 37, descobriu um tumor maligno na mama e, logo em seguida, um câncer na tireoide. Em 2016, a catarinense enfrentou outro câncer de mama. Há dois anos, soube que estava com câncer na bacia e começou um novo tratamento. Este primeiro, via oral.
Em março de 2022, Susana contou no Instagram que precisaria fazer quimioterapia venosa, porque a doença persistia. Em agosto, por conta da queda intensa do cabelo em decorrência do tratamento, a jornalista decidiu raspar a cabeça e compartilhou o momento em suas redes sociais. Devido ao tratamento agressivo, Susana passou por algumas internações nos últimos tempos.
Pessoa muito religiosa, Susana sempre pedia em suas redes sociais que as pessoas rezassem e pedissem por sua saúde. Em setembro, ela havia ficado internada para tratar uma infecção.
A jornalista estava internada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, há mais de uma semana. Foi na capital paulista que ela veio a falecer e coube a filha Julia dar a triste notícia pelo Instagram da mãe.
"Oi, amigos, Julia aqui. É com o coração doendo que venho contar pra vocês que a mamãe não está mais com a gente. Ela lutou muito, nossa guerreira! Agradeço muito pelas orações, muito mesmo, muito obrigada, mas infelizmente não deu", informou a jovem.
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