A Sala Sidney Miller passou por obras e está em testes finais para sua inauguraçãoDivulgação

Após dúvidas e incertezas, o Rio ganhará mais um espaço para a arte e cultura. A sala Sidney Miller, no Palácio Gustavo Capanema, no Centro do Rio, será reaberta para shows e espetáculos a partir do mês de novembro, após dois anos de obra. O local, que pertence à Fundação Nacional de Artes (Funarte), está na fase de testes técnicos para verificar, por exemplo, os sistemas de som e de luz do espaço. A sala já está praticamente pronta, com cortinas, cadeiras e outros equipamentos instalados, passando por ajustes finais antes da sua inauguração.
De acordo com a Funarte, o espaço vai voltar a receber shows e eventos, com uma programação cultural agitada ainda este ano. A sua reabertura está prevista para a segunda quinzena do mês que vem, quando os testes forem concluídos. O evento de estreia está sendo planejado em parceria com a Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Ainda segundo o órgão, a sala foi totalmente modernizada. Para o novo projeto acústico, foram utilizados novos materiais, como carpetes e revestimentos de madeira e poltronas novas. Também haverá um local de equipamentos de estúdio para gravação de shows ao vivo. Além disso, a ideia é que o espaço se transforme em uma Sala-Escola. Com isso, além das apresentações, ela será também um lugar de aprendizado, para a formação e o aperfeiçoamento de técnicos de som e de iluminação para shows, roadies e produtores de espetáculos.  
Para atender os critérios de acessibilidade, o número de cadeiras da Sala Sidney Miller foi reduzido. Agora, haverá rampas  em vez de escadas, poltronas especiais para pessoas obesas e espaços reservados para os que utilizam cadeira de rodas.
Questionado sobre a ideia da possível venda do Palácio, o presidente da Funarte, Tamoio Athayde Marcondes, informou que não há essa informação. "A verdade é que o Capanema é da cultura e precisa continuar sendo. O secretário Hélio Ferraz está conduzindo esse processo de colocar os órgãos do setor de volta nesse lugar tão simbólico. Vamos sedimentar o prédio como um grande alicerce cultural da cidade e do país", declarou.
História
A Sala Funarte Sidney Miller, inaugurada em 1978, recebeu o nome em homenagem ao compositor, produtor musical, poeta e cantor Sidney Álvaro Miller Filho. Carioca de Santa Teresa, nascido em 1945, ele foi crítico dos movimentos nascidos nos anos 60, quando começou a carreira de compositor no cenário musical.
No local, os espetáculos com novos talentos revelaram artistas que se destacam no cenário musical nacional, como Elba Ramalho, Ângela Rô Rô, Leila Pinheiro, Zizi Possi, entre outros. A Tia Surica da Portela, junto com a Velha Guarda da Portela, foi uma das sambistas que já se apresentou no palco da Sala Sidney Miller. "Essa reabertura é muito importante porque o Rio está tão desacreditado sobre a cultura, né? Isso aí para a gente é uma satisfação muito grande, principalmente para nós sambistas", afirmou. "É um centro de disseminação de arte e cultura. Se um dia eu for convidada novamente para subir naquele palco, irei com maior prazer", concluiu.
A sala também já abrigou espetáculos de música popular, erudita, dança, teatro, cinema e seminários ligados à cultura. Sua programação era conhecida, no meio cultural do país, como um espaço de experimentação para novas linguagens musicais, além de ser um palco também aberto aos artistas renomados e aos que estão no início da carreira.