Rio - A Polícia Civil realizou, na manhã desta quinta-feira (3), a operação Quimera, contra uma quadrilha especializada em esquemas de estelionato e pirâmide financeira, que atuava no Rio e em outros três estados. O golpe financeiro era realizado através da empresa Autibank Pagamentos.
Agentes da Delegacia de Defraudações, responsável pelas investigações, saíram para cumprir 12 mandados de busca e apreensão em endereços ligados à empresa Autibank, sediada em Niterói, na Região Metropolitana. A empresa teria lesado dezenas de investidores em vários milhões de reais no Estado do Rio de Janeiro.
De acordo com a Civil, a organização criminosa captava recurso das vítimas com a promessa de lucros mensais, mas o dinheiro não era devolvido e as vítimas perdiam todos os seus investimentos. O grupo atuava em outros estado e o "banco" possuía filiais em Niterói, Curitiba, Fortaleza e São Paulo.
Segundo o delegado titular da Delegacia de de Defraudações, Alan Luxardo, a estrutura apresentada pela empresa fazia com que possíveis investidores passassem a confiar na instituição, mesmo sem a Autibank ter autorização para atuar como operadora financeira.
"A Autibank era uma empresa que não tinha autorização do Banco Central pra operar como operadora financeira, apesar disso, as pessoas acreditavam tratar uma instituição oficializada. Foram feitas dezenas de vítimas no Rio de Janeiro, descobrimos que em outros estados também há diversos lesados. São prejuízos que alcançam milhões de reais e havia uma estrutura muito bem organizada, a logística, tanto na parte que da captação de clientes, quanto na parte física, davam a impressão de que realmente a empresa funcionava na legalidade, mas na verdade se tratava de um esquema de ponte, em que último "investidor" financiava o primeiro, e assim ia, só que a conta não fecha e foram ocorrendo diversos prejuízos no final da das operações da empresa", destacou.
O Autibank funcionava como como empresa de investimentos mas não tinha autorização do BACEN para operar. Além disso, diversos cantores consagrados faziam a propaganda da empresa em seus shows e lives nas redes sociais, o que passava uma certa credibilidade e sensação de confiança para os investidores.
Nas redes sociais, um perfil foi criado para expor os supostos crimes cometidos por Yuri Medeiros Correa, apontado como fundador da Autibank Pagamentos, com relatos de vítimas da fraude. "Procura-se casal de golpistas, usufruindo por aí do dinheiro alheio. Vocês não tem vergonha na cara não?", diz uma das publicações.
Em um outro perfil, as vítimas lamentam ter caído no golpe da empresa. "São milhares de pessoas que depositaram seus empréstimos e suas poupanças pessoais na conta de ladroes. O pior do sentimento é saber que você foi convencido a colocar dinheiro na conta de ladroes. O pior de tudo é você mesmo não se perdoar e tudo se transforma em tortura dia-a-dia e do outro lado, os caras dão desculpas esfarrapadas que vão pagar, vão pagar e somem miseravelmente. Verdadeiros facínoras! Se realmente quisessem devolver já o teriam feito pois nosso dinheiro foi para a conta deles", diz um homem.
Em nota, o Ministério Público do Rio (MPRJ) informou que a "Promotoria de Justiça junto à 1ª Vara Criminal Especializada da Capital se manifestará apenas nos autos do processo".
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