Denilson Roberto tinha 32 anosReprodução

Rio - A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga a morte de Denilson da Silva Roberto, de 32 anos, encontrado com sinais de espancamento próximo à estação de trem de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, na quarta-feira passada (2). Familiares e amigos acreditam que Denilson, morador da Vila Cruzeiro, na Penha, Zona Norte do Rio, tenha sido vítima de homofobia a caminho do trabalho, já que nenhum pertence foi roubado. Eles afirmam ainda que o rapaz não tinha inimigos.
Denilson trabalhava como auxiliar de serviços gerais em uma loja de departamentos em Copacabana, na Zona Sul, mas no dia da sua morte iria começar no cargo de fiscal na unidade de Bonsucesso. Denilson chegou a ser socorrido com vida pelo Corpo de Bombeiros e levado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, também na Zona Norte, mas não resistiu e morreu às 12h47. Segundo a família do fiscal, consta no prontuário que ele deu entrada já em coma profundo e traumatismo craniano.
"Meu irmão saiu para trabalhar por volta das 4h da manhã, ele trabalhava em Botafogo, mas nesse dia ele iria começar a trabalhar na loja de Bonsucesso. Pegou o ônibus 483 às 4h17. Quando foi por volta das 6h30, a mulher do gerente dele entrou em contato comigo avisando que ele havia sido encontrado desacordado na estação de Bonsucesso. Não levaram nada dele", diz Damiana Silva, irmã da vítima.
Segundo ela, o irmão era trabalhador e tinha muitos sonhos. "Queremos justiça, não sabemos ao certo o que aconteceu, já abrimos uma ocorrência. Meu irmão foi promovido no trabalho recentemente, tinha apenas 32 anos, não merecia essa covardia. Bateram muito forte na cabeça dele", desabafou.
Nas redes sociais, amigos também se mostraram inconformados com a morte dele. "Justiça para meu amigo, pois isso foi uma tamanha crueldade e covardia. Ele não merecia sofrer assim, ele era uma excelente pessoa e trabalhador honesto que infelizmente perdeu a vida por pessoas desumanas e insanas que merecem ser castigadas"; "Até quando vão ficar "nos" matando? Até quando isso vai acontecer? Chega disso! Justiça e que achem o culpado ou os culpados. Não queremos que nos aceitem e sim que nos respeitem"; "Denilson era uma pessoa doce, amiga, ajudava a todos e muito educado. Isso não pode ficar impune", escreveram alguns perfis nas redes sociais. Denilson foi enterrado na última sexta-feira (4), no Cemitério de Inhaúma.
A DHC informou que familiares e testemunhas prestaram depoimento e os investigadores aguardam o resultado do laudo do Instituto Médico Legal (IML). Também estão sendo realizadas diligências e análise de câmeras de segurança para o esclarecimento dos fatos e a identificação dos responsáveis.
Ainda segundo a delegacia, em princípio, não há confirmação de que Denilson tenha sido vítima de homofobia.