João Pedro Mattos tinha 14 anos e foi morto durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. Ele brincava com os amigos dentro de casa, quando foi atingido por um tiro de fuzilReprodução

Rio - A Justiça do Rio marcou para a próxima quarta-feira (16), uma nova audiência de instrução do caso do adolescente João Pedro Mattos, de 14 anos, morto com um tiro de fuzil durante uma operação policial conjunta entre Polícia Civil e Federal em maio de 2020 no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. A sessão acontece no Fórum de Alcântara, em Niterói.

Em setembro, sete testemunhas de acusação foram ouvidas na primeira audiência. Prestaram depoimento o pai dele, quatro adolescentes que estavam na casa onde ele foi morto, a dona do imóvel e uma perita do Ministério Público.
Ao todo, devem ser ouvidas 16 testemunhas de acusação e 26 de defesa. Três policiais civis são réus pelo caso e respondem em liberdade.
Em junho, o Estado do Rio de Janeiro foi condenado a pagar uma pensão indenizatória à família do adolescente João Pedro. A Justiça determinou que o Rio de Janeiro faça um pagamento mensal de 2/3 do salário-mínimo aos pais de João Pedro. O valor deve ser dividido igualmente entre a mãe e o pai, até o dia em que João Pedro completaria 25 anos.

Depois disso, o Estado deverá pagar 1/3 do salário-mínimo aos pais até a data em que o menino completasse 65 anos.

A família do jovem é assistida pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ), que tem acompanhado o caso e cobrado explicações sobre as investigações.
O caso ganhou notoriedade à época e ainda repercute. Na edição deste ano do Rock in Rio, o grupo de rap Racionais MC's projetou a foto de João Pedro durante a música "Negro Drama", em referência a pessoas negras mortas pela violência, como Marielle Franco, Agatha, Moïse, Moa do Katendê, Cláudia, Kathlen, Durval, que também foram lembradas na projeção.