Somente neste ano, a universidade já teve R$ 23 milhões cortados do orçamento pelo MECDivulgação
"Enquanto o Brasil marcava gol contra a Suíça em jogo da Copa do Mundo, no Catar, o governo também marcava gol, mas contra a educação, ao operacionalizar novo contingenciamento que deixa o orçamento já manco da maior universidade federal do país em voo cego", informa um trecho do comunicado.
De acordo com a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, o cenário é dramático.
Ainda segundo Denise, o novo bloqueio afeta cerca de R$ 2 milhões que seriam investidos na conclusão de módulos laboratoriais do Museu Nacional/UFRJ. De acordo com o pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças da UFRJ, Eduardo Raupp, o novo bloqueio compromete licitações em andamento.
"Havia uma parte de custeio, de cerca de R$ 2,8 milhões, que solicitamos um remanejamento para avançar em contratos, mas agora ficou retida", afirma Raupp.
Em 2022, a UFRJ iniciou o ano com o orçamento discricionário defasado, de R$ 329.290.643,00, que não corrigia as perdas inflacionárias em relação a 2021, e ainda teve R$ 23 milhões cortados, caindo para R$ 308 milhões. No mês de setembro, a instituição teve cerca de R$ 18 milhões bloqueados pelo MEC, que, após pressão das universidades e do movimento estudantil, decidiram reverter os bloqueios.
"No momento, a UFRJ empenhou todo orçamento possível e não conseguiu cobrir integralmente as despesas de outubro, muito menos de novembro e dezembro. As consequências podem ir desde paralisações pontuais de serviços até a confirmação de um déficit de mais de R$ 100 milhões que terá que ser atacado com o orçamento menor de 2023. Com certeza, isso impede que façamos novas contratações programadas, como na área de combate a incêndios, manutenção predial, conservação de áreas verdes e muitas outras", garante Raupp.
Para o titular da pasta financeira da UFRJ, o ano de 2023 será ainda mais desafiador. De acordo com o pró-reitor, com o déficit que a universidade vem carregando, com o aumento dos custos e a necessidade de novas contratações, o quadro vem se tornando dramático.
"Esperamos que na transição de governo e no início do próximo ano haja a recomposição do orçamento da educação com urgência", finalizou o pró-reitor.
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