Mosquito Aedes aegypti é o transmissor da dengue, zika e chikungunya Divulgação / Agência Brasil

Rio - A cidade do Rio de Janeiro registrou, na manhã desta quinta-feira (7), mais duas mortes por dengue neste ano. Ao DIA, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, confirmou que as vítimas são uma jovem de 24 anos, moradora de Campo Grande, na Zona Oeste, e uma idosa de 71 anos, residente de Santa Cruz. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), ainda há um óbito em investigação. Ao todo, a capital contabiliza quatro mortes e o estado tem 18 óbitos, além de mais de 100 mil casos prováveis.
Na cidade, já são 500 internações hospitalares e mais de 52 mil notificações da doença. De acordo com Soranz, o número é recorde comparado ao ano passado. "Nunca, nos dois primeiros meses do ano, tivemos números tão altos. Sempre os maiores meses de incidência são os de abril e maio. Então, sem dúvida alguma, a dengue é uma preocupação. Felizmente, a gente consegue ter uma taxa de letalidade muito menor do que nos outros estados e outras capitais. Isso é fruto dos polos de hidratação, do diagnóstico precoce e da nossa capacidade de resposta ao problema", explicou o secretário.
Daniel Soranz também alertou para os perigos da automedicação. "A gente recomenda que, em casos de dores, as pessoas não utilizem ácido acetilsalicílico ou façam qualquer tipo de automedicação. Entretanto, para o cuidado da febre, pode iniciar com dipirona ou paracetamol, mas deve procurar uma unidade de saúde", afirmou Soranz, em entrevista no Super Centro Carioca de Vacinação, em Botafogo, na Zona Sul.
Há exatamente um mês, no dia 7 de fevereiro, a primeira morte por dengue no Rio foi confirmada. A SMS informou que a vítima tinha 45 anos e estava internada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Maré, na Zona Norte. Já a segunda morte foi notificada uma semana depois, no dia 14. Na ocasião, a vítima tinha sido um jovem de 23 anos, morador de Senador Camará, na Zona Oeste.
Nesta segunda-feira (6), a cidade de São Paulo anunciou que deve começar a utilização de drones, que vão lançar larvicidas em locais onde os agentes não conseguem ter acesso para combater o Aedes aegypti. Perguntado sobre novas formas de enfrentar os focos do mosquito transmissor da dengue, Soranz disse que vai analisar a tecnologia aderida por São Paulo. "Estamos acompanhando estes testes, mas, no Rio, ainda temos estratégias ligadas à visita domiciliar. Caso dê tudo certo com os drones, vamos aderir aqui também", disse.
A vacinação contra a dengue na cidade ainda foi ampliada para adolescentes de 13 e 14 anos, nesta quinta-feira. O imunizante já estava disponível para o grupo de 10, 11 e 12 anos e continuará sendo oferecido para esta faixa etária. Desde o início da vacinação, já foram aplicadas 48 mil doses.
Febre alta, dor atrás dos olhos, no corpo e nas articulações, mal-estar e manchas vermelhas na pele são os principais sintomas da dengue. Nos primeiros sinais da doença, as pessoas devem procurar atendimento médico para o diagnóstico precoce e a eliminação dos riscos de agravamento.
Em meio à epidemia de dengue, que acometeu mais de 100 mil pessoas no estado, é altamente recomendado evitar água parada em recipientes, como vasos de planta, pneus velhos, piscinas, garrafas, entre outros; limpar lixeiras, ralos, bebedouros de animais e objetos que possam acumular água; não despejar lixo irregularmente em terrenos baldios ou em outros locais inadequados.
No dia 21 de fevereiro, o Governo do Estado do Rio decretou situação de epidemia. O número de casos registrados, à época, era de 20 vezes acima do esperado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). Antes disso, no início de fevereiro, o prefeito Eduardo Paes determinou estado de emergência de saúde pública também por conta dos números de contaminados. 
*Reportagem do estagiário Leonardo Marchetti, sob supervisão de Iuri Corsini