Ele nem sabe se contraiu covid, mas ficou doente em fevereiro, trabalhando, e teve que ser internado em estado grave no dia 4 de março por causa de água no pulmão e tuberculose na pleura. Desde então, precisou ser afastado. A empresa que Wellington trabalha até conseguiu marcar a perícia para o dia 18 daquele mês, mas ele não compareceu porque estava intubado.
A mulher dele foi até à agência do INSS, explicou a situação, mas foi informada de que ele então ia ter que esperar, já que tudo ia parar por causa do vírus.
“Eu graças a Deus me recuperei, mas até agora não consegui realizar a perícia para levar os documentos ao meu trabalho. Já estou com mais de cem dias de faltas e tô correndo risco de perder meus direitos por causa disso”, conta Wellington.
A demora foi tanta que ele, por conta própria, foi a um médico e pediu um atestado para voltar a trabalhar, porque estava passando necessidade! Segundo Wellington, o INSS ainda afirmou que não poderia fazer nada porque constava “falta de tempo de afastamento”. Como ele ia provar o tempo todo que ficou em casa se nem pelo perito passou?
É descaso demais! E sempre a mesma conversa, as mesmas desculpas... O povo já tá de saco cheio. A coluna, mais uma vez, foi atrás do INSS que, em nota, esclareceu que o segurado deu entrada no auxílio com documento médico, mas além do INSS estar fechado na época por causa da pandemia, o requerimento foi indeferido pelo atestado não conter os requisitos necessários para a concessão da antecipação do beneficio.
Wellington já apresentou recurso para o indeferimento, que está em andamento, mas o INSS afirmou que o atestado deve estar legível e conter assinatura e carimbo do médico além do CID e o tempo de repouso sugerido.
3,2,1... É DEDO NA CARA!
“O povo do Rio tem mais medo de bandido do que do coronavírus, vai entender!”, gritava ele.
Que situação... Infelizmente o que é pra ser trágico por aqui, acaba virando cômico, não tem jeito, né?
Até barricadas no meio da Avenida Paulo de Frontin eles montam, tudo para que veículo nenhum passe. “A gente denuncia, mas a polícia não toma uma providência. É desesperador viver com tanto medo assim”, conta um morador que pede para não ser identificado.
Em nota, a Policia Militar informou que a corporação realiza ações para remoção de obstáculos nas vias urbanas de maneira sistemática e constantemente. Afirmou também que as mobilizações são desencadeadas de maneira estratégica, visando preservar a segurança da população e dos policiais envolvidos nas operações e que a denúncia foi encaminhada ao comando do batalhão da área para apreciação e tomada das medidas cabíveis.
Por isso, se você me perguntou se tá feio ou tá bonito... O povo não pode mais ser refém, e tenho dito.