BRT Transcarioca
 - Ricardo Cassiano/Agencia O Dia
BRT Transcarioca Ricardo Cassiano/Agencia O Dia
Por Isabele Benito
Todo mundo viu aquelas cenas tristes dos caminhões-cegonha pela Avenida das Américas, abarrotado de gente.

Parecia imagem da Índia da década de 80, mas não, isso é Rio de Janeiro!

Pessoas penduradas, trabalhadores, que depois de mais de 12 horas de labuta, acabaram pegando carona, contaram com a solidariedade de um motorista bonzinho...

Mas olha quanto tempo essa coluna aqui já denuncia o perrengue dos passageiros do BRT da Zona Oeste.

Quanta covardia...

Ninguém sequer explica mais o que tá acontecendo!

É frota que diminuiu, é isso, aquilo... E o que já não era bom, fica horroroso!

Voltar pra casa virou uma verdadeira peregrinação... Em média, três horas só na plataforma, sem contar com o tempo dentro daquela caixa de lata, com gente saindo pela vidraça!

É a imagem do terror, ainda mais agora na pandemia... Trabalhador sem escolha, sendo obrigado a aglomerar, e olha que não é porque quer!

Bate desespero em todo mundo. Imagina sair do trabalho 5, 6 horas e conseguir entrar no ônibus só 9 da noite? Não é nem chegar em casa! É muito sacrificante.

“O problema não é só a volta pra casa, é a ida pro trabalho também. Eu tento embarcar, mas a porta abre e fecha na minha cara, sem condições de entrar”, conta a passageira Paula, moradora de Santa Cruz.

É isso... E quando a gente cobra, ainda fazem o que? Notinha pronta pra dizer que teve problema... Não dá pra engolir, né? Nem eu, nem o passageiro, nem ninguém é idiota por aqui.

Só espero que eles não venham querer aumentar a passagem com a desculpinha safada do aumento do combustível.

É um absurdo!

3,2,1... É DEDO NA CARA!


PINGO NO I

Ela só quer costurar... Mas não é um passatempo, hobby... É necessidade!

O pedido dessa senhora escancara a realidade de muitos aposentados do país.

Dona Lúcia, de 70 anos, mora em Maricá e é aposentada pelo Estado, recebe pouco mais de um salário mínimo. Ela me procurou para fazer um apelo por uma máquina de costura, pois a que ela usa pra complementar sua renda tem mais de 50 anos! Tá velhinha, né?

“Ela já é muito antiga e me ajuda muito a pagar minhas contas. Pois o que eu recebo da minha aposentadoria só dá pra pagar aluguel, luz e se duvidar ainda falta”, conta ela.

É incrível como o Brasil despreza os seus velhos. E tem gente no poder que ainda tem a cara de pau de lançar cartilha ensinando o idoso a economizar seu dinheirinho. Me poupe, né? Economizar o que?

O dinheiro que vai pra mão, mal dá pra se manter! Quem tanto trabalhou, e deveria descansar, dá um duro danado pra conseguir sobreviver.

Então, bora colocar o Pingo no I...

Ser idoso nesse país é estar num eterno grupo de risco! E a gente não tá falando de pandemia, hein.

TÁ BONITO!

Entre uma cutícula e outra, vejo um senhor colocar várias sacolas na porta de entrada do salão. Ele pega uma toalhinha, seca o suor, espirra álcool na mão e cumprimenta as meninas que logo ficaram eufóricas com a chegada dele.

De máscara do Flamengo, Seu Vanderlei, que enquanto era observado sem saber, estampava uma cara de cansado do sol forte.

Mas mesmo assim, abriu os braços...

Uma delas grita: “Eba, melhor doce de São Cristóvão!”

Logo puxei papo... O que vende aí?

Ele respondeu: “Docinhos que minha mulher faz, tem de tudo aqui.”

Aquele papo bom de vendedor, né?

Eu nem curto muito brigadeiro (isso é polêmica pra outra coluna!), mas comprei vinte, um real cada e valeu cada centavo!

Assim como tantos brasileiros sem emprego fixo, ele sai de Itaboraí e vende os doces que a esposa faz por todo Rio de Janeiro.

Ontem era um dia especial. Falta pouco pra ele vender mais do que doces... Com o dinheiro, Seu Vanderlei comprou os equipamentos e agora vai fabricar farinha de rosca!

“E cadê seu carro?”, eu perguntei.

“Ih é grande... É ônibus! Saio de casa muito cedo, Dona Isabele.”

Por isso, se você me perguntou se tá feio ou tá bonito...O sonho pode até custar caro, mas o docinho... Ah, esse é bom e barato, e tenho dito!

PINGO NO I
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Ela só quer costurar... Mas não é um passatempo, hobby... É necessidade!

O pedido dessa senhora escancara a realidade de muitos aposentados do país.

Dona Lúcia, de 70 anos, mora em Maricá e é aposentada pelo Estado, recebe pouco mais de um salário mínimo. Ela me procurou para fazer um apelo por uma máquina de costura, pois a que ela usa pra complementar sua renda tem mais de 50 anos! Tá velhinha, né?

“Ela já é muito antiga e me ajuda muito a pagar minhas contas. Pois o que eu recebo da minha aposentadoria só dá pra pagar aluguel, luz e se duvidar ainda falta”, conta ela.

É incrível como o Brasil despreza os seus velhos. E tem gente no poder que ainda tem a cara de pau de lançar cartilha ensinando o idoso a economizar seu dinheirinho. Me poupe, né? Economizar o que?

O dinheiro que vai pra mão, mal dá pra se manter! Quem tanto trabalhou, e deveria descansar, dá um duro danado pra conseguir sobreviver.

Então, bora colocar o Pingo no I...

Ser idoso nesse país é estar num eterno grupo de risco! E a gente não tá falando de pandemia, hein.
TÁ BONITO!
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Entre uma cutícula e outra, vejo um senhor colocar várias sacolas na porta de entrada do salão. Ele pega uma toalhinha, seca o suor, espirra álcool na mão e cumprimenta as meninas que logo ficaram eufóricas com a chegada dele.

De máscara do Flamengo, Seu Vanderlei, que enquanto era observado sem saber, estampava uma cara de cansado do sol forte.

Mas mesmo assim, abriu os braços...

Uma delas grita: “Eba, melhor doce de São Cristóvão!”

Logo puxei papo... o que vende aí?

Ele respondeu: “Docinhos que minha mulher faz, tem de tudo aqui.”

Aquele papo bom de vendedor, né?

Eu nem curto muito brigadeiro ( isso é polêmica pra outra coluna!), mas comprei vinte, um real cada e valeu cada centavo!

Assim como tantos brasileiros sem emprego fixo, ele sai de Itaboraí e vende os doces que a esposa faz por todo Rio de Janeiro.

Ontem era um dia especial. Falta pouco pra ele vender mais do que doces... Com o dinheiro, Seu Vanderlei comprou os equipamentos e agora vai fabricar farinha de rosca!

“E cadê seu carro?” Eu perguntei.

“Ih é grande... É ônibus! Saio de casa muito cedo, Dona Isabele.”

Por isso, se você me perguntou se tá feio ou tá bonito...O sonho pode até custar caro, mas o docinho... Ah, esse é bom e barato, e tenho dito!