Renata Rodrigues, esposa, e Maria de Lourdes, mãe: sofrimento para conseguir a liberdade de Laudeir Oliveira, segundo elas, preso por engano
Renata Rodrigues, esposa, e Maria de Lourdes, mãe: sofrimento para conseguir a liberdade de Laudeir Oliveira, segundo elas, preso por engano Divulgação
Por Isabele Benito
“Isabele, todo mundo pensa que porque a gente é pobre, morador de comunidade, que não pode ter voz”. O desabafo pode até soar repetitivo, mas é o tapa na cara que muitas mulheres, mães de famílias das favelas levam todos os dias nesse Rio de Janeiro.

Ao terminar mais um dia de trabalho, eu vejo Renata e Dona Maria de Lourdes, moradoras do Morro do Estado, em Niterói, me esperando na calçada. Assim que me viu, Dona Lourdes foi às lágrimas e disse: “Eu não sei mais o que fazer, só pedir socorro pra você, minha filha”.

O filho dela, Laudeir, de 41 anos, marido de Renata, está preso desde julho do ano passado, segundo elas, por engano.

“Ele foi acusado de praticar um assalto em Niterói, mas ele nem estava lá, estava trabalhando. Quem estava era o filho dele, que ele nem tem contato”, conta Renata.

Ela diz que assim que Laudeir soube do envolvimento do filho com o crime, ele se afastou, porque não aceitava a situação. “Meu marido sempre foi trabalhador, guardando carros e sendo vendedor ambulante junto comigo. Foi preso por culpa desse filho, e reconhecido na delegacia por uma foto de 14 anos atrás!”

Que situação... Elas ainda contam que depois de toda confusão, ele até conseguiu um alvará de soltura, mas nem chegou a sair por causa de um processo de mais de 20 anos, por uso de drogas.

É difícil demais saber quem está certo ou errado na história, mas é incrível como o sofrimento sempre fica para as mulheres nessas horas, nunca ouvidas.

Não dá pra entender como em alguns casos a Justiça não concede a prisão, mesmo com tantas provas, e em outros apenas o reconhecimento de uma foto de mais de uma década permite o cara estar preso há meses.

É claro que Justiça deve ser feita sempre, mas se houve alguma falha na prisão, que seja apurada e revisada. A coluna procurou a Polícia Civil, mas até o fechamento desta edição, não teve resposta.



PINGO NO I
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“Uma caixa preta... Ninguém consegue saber nada”. É assim que pais e responsáveis de alunos do ensino médio e técnico da Faetec Ferreira Viana, no Maracanã, definem a instituição.

Eles contam que desde que a pandemia começou, ninguém consegue uma informação que seja sobre as aulas da garotada. É aquela história que eu sempre falo... Se já era ruim antes, imagina agora! Problemas que já aconteciam com a pandemia, só se agravaram, como ausência de professores e acesso à internet.

Por isso, pra tentar alertar a direção da escola, os pais se juntaram e entregaram para a direção uma “carta aberta à sociedade”, onde são citadas falhas no colégio, mas também mostrando soluções para os problemas... Só que tá todo mundo sendo ignorado!

“Os alunos nunca têm aula, a direção fala que a escola está sem obra, mas nunca acaba! Quase dois anos nessa e é impossível negociar com eles”, conta um pai de aluno que não quis se identificar.

Bora colocar o Pingo no I...

Eita Brasil que quer dar certo... É brabo ter que negociar educação! Não dá pra negociar o que tem que ser prioridade, estudar.
TÁ COMPLICADO!
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É gente, até demorou, mas hoje começa o toque de recolher no Rio... Não teve jeito. E por mais que seja difícil, até porque cada um sabe bem onde aperta o seu calo, a atitude é necessária... Justamente para prevenir situação pior, como um lockdown.

Todo mundo tem consciência de suas necessidades, do que é ou não essencial pra si, mas nesse momento, essencial é salvar vidas. Não dá pra aparentar tranquilidade quando a situação tá pegando fogo... E politizar, é pior ainda! Não é frescura, e muito menos mimimi...

Por isso, se você me perguntou se tá feio ou tá bonito... Bora se cuidar porque o negócio é muito sério, e tenho dito.