A major Alessandra Gama, de 37 anos, que pilota helicóptero de resgate do Corpo de Bombeiros Divulgação

Rio - Essa história de que a notícia procura o jornalista eu não acredito muito… Na maioria das vezes, eu tive que correr atrás dela!
Acho que, com o passar dos anos, a gente vai ficando cada dia mais com o olhar curioso da profissão e acaba vendo os fatos além da notícia.

Tudo isso que eu falei é para contar o que eu vi no último sábado.

Há muitos anos, até antes da pandemia, eu não ia para as areias da Barra…. Mas lá estava eu com um grupo de amigos, quando vi aparecer do nada um helicóptero dos bombeiros.

No instinto, corri para ver o que estava acontecendo…

Em segundos, a pista foi fechada. E entre fios, árvores, gente, a aeronave pousou no meio da Avenida Lúcio Costa para o resgate.

Logo em seguida, um banhista que havia batido a cabeça, foi entubado na pista e resgatado.

Tudo muito rápido, entre celulares e aplausos da galera. Aplausos esses, principalmente para o piloto. 
E ao analisar o vídeo, eu vi que o piloto usava coque… Sim, não era um piloto. Era uma pilota! A Major Alessandra Gama, de 37 anos e que está há 16 no Corpo de Bombeiros.

Eu logo tratei de postar nas redes sociais o que tinha acontecido, sem mesmo saber quem era ela.

E até o marido dela, todo orgulhoso, me mandou mensagem, perguntando se eu poderia mandar os vídeos que fiz, já que eles não têm muitos registros dessa heroína em ação!

Mas é claro que eu vou te mandar, Fabrício!

Segundo o Corpo de Bombeiros, apenas 3 mulheres pilotam as aeronaves da corporação no Estado… Esse número ainda tá baixo, mas com toda a bravura que a Major mostrou no sábado, tenho certeza que esse número ainda vai subir pra caramba.

"É sempre muito gratificante saber que podemos fazer a diferença quando as pessoas mais precisam, estando tão frágeis e debilitadas”, contou a Major, nossa Mulher-Maravilha do sabadão!
PINGO NO I
Na volta para casa, após participar do Teleton, parei num sinal na Barra da Tijuca e um homem me chamou a atenção.

Bem vestido, de máscara branca, cabelo grisalho e aparentando seus 70 anos, ele estava com uma caixa de Bis na mão, vendendo um por um nos vidros dos carros.

Desliguei até o som. A imagem me bateu uma tristeza profunda.

Primeiro que, num país decente, ninguém estaria vinte para uma da manhã entre carros para ganhar uns trocos. Não que isso seja uma novidade… É sempre de cortar o coração ver crianças nessa situação.

Mas é chocante ver o reflexo de um país em minutos, parada ali à espera do sinal verde.

A realidade do desemprego e o desespero por um dinheiro a mais, diante dos preços das coisas no Brasil, ganhou uma proporção desesperadora!

Eu repito, um homem de quase setenta anos, de madrugada, vendendo chocolate.

Confesso que queria baixar o vidro, perguntar, ser jornalista, mas a minha covardia foi maior que meu faro.

O nome disso é tentar fugir de uma realidade que assola cada vez mais pessoas, cada vez mais vulneráveis.

Bora colocar o Pingo no I…

Esse é o país do sinal que só abre para poucos.
TÁ PREOCUPANTE!
E precisa ser falado…

Já não é de hoje que muitas mulheres afirmam que a Lei de Alienação Parental, aquela que discute sobre as dificuldades de contato entre uma criança e seu genitor, pode ser prejudicial para elas e também para os filhos, principalmente quando se trata dos casos de violência contra a mulher.

Muitas defendem a anulação da lei, para que nestas situações, elas não sejam obrigadas a conviver com seus agressores.

O assunto é bem polêmico e será discutido amanhã, às 16 horas, no X Debates sobre Povos e Culturas da Américas do Núcleo de estudos NUCLEAS da UERJ e será mediado pela advogada Rachel Seródio, que também defende a causa.

O evento é gratuito e online, e conta com várias mesas de debates. Quem quiser acompanhar, é só se inscrever pelo e-mail: nucleas2021@gmail.com e selecionar a mesa 13.

Por isso, se você me perguntou se tá feio ou tá bonito… Discussões e debates pelo bem das nossas crianças são sempre bem-vindos, e tenho dito.