'São quase dois anos tentando. Eles dizem que é pra aguardar, que ainda não abriu vaga, mas minha filha pede pra estudar e não pode.'
O desabafo é de uma mãe que está perto de mim diariamente, da minha maquiadora Carolayne Muniz, mas que representa o drama de muitas mães desse Rio de Janeiro.
Carol, mãe da Valentina, de seis anos, está desde o começo da pandemia na luta por uma vaga na escola pública. Ela, que sempre estudou em colégio particular, teve que passar por essa transição depois que o pai perdeu renda.
E aí? Como faz? Carol me contou que está tendo que se desdobrar para pagar uma explicadora, tudo pra que Valentina não fique sem estudar. Mas cadê a escola?!
Olha o problemaço!
A realidade do povo, de quem tem um filho em escola pública já era complicada, imagina agora durante esse período? Quem já estudava sequer teve uma internet decente.
Em tempos de notícias de internet 5G, alunos mal tinham a 3G!
Já era ruim… Já era deficitária! Principalmente quando se trata da desigualdade social, tendo em vista o ensino oferecido dos colégios particulares.
E isso reflete na evolução daqueles que já estudam e dos que querem estudar!
Os dados estão aí…
As aulas presenciais voltaram, mas segundo o Sindicato Estadual dos Professores há uma deficiência de 4 mil profissionais em salas de aula. Existe aula sem professor?
É assustador saber que uma pesquisa educacional ouviu 250 mil alunos do 2º ano fundamental, de dez estados, incluindo o Rio, e 74% deles não sabem ler e nem escrever direito.
3 em cada 4 alunos. Não tem como não se preocupar!
É o lapso educacional que já existia, o vácuo que só se agravou.
Educação encaminha aquela criança a ser um adulto que vota corretamente, que não cai em fake news.
Educar é promover adultos esclarecidos, que tiram o nosso país dessa sombra de desigualdade, pobreza e miséria.
3,2,1… É DEDO NA CARA!
TÁ FEIO!
A cartinha da Dona Vera Lúcia, de 75 anos, moradora da Vila Emil, em Mesquita
- Reprodução
A cartinha da Dona Vera Lúcia, de 75 anos, moradora da Vila Emil, em Mesquita
Reprodução
Não tem um dia que eu não receba uma montanha de cartas pedindo ajuda… Isso só mostra o tamanho de problema que o povo enfrenta. É um atrás do outro…
A cartinha da Dona Vera Lúcia, de 75 anos, moradora da Vila Emil, em Mesquita, partiu meu coração.
"Estou com problemas de artrose e faço fisioterapia 3 vezes por semana em Nova Iguaçu. O problema é que não consigo, porque cortaram o ônibus que me leva até ao Centro. Tenho que pedir carro por aplicativo, mas nem sempre o dinheiro dá, porque sou pensionista do INSS".
Covardia, mais que descaso… É desprezo! Dona Vera e tantos outros precisam de cuidados e nem um simples transporte de qualidade eles conseguem.
Qual vai ser a desculpa? A frota por causa da pandemia?! Esse papo já não cola mais, porque tudo voltou ao normal.
A coluna foi atrás da Prefeitura de Mesquita, que em nota afirmou que a linha em questão é intermunicipal, ou seja, de responsabilidade do Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (DETRO/RJ).
Ainda assim, a Subsecretaria Municipal de Transporte e Trânsito de Mesquita disse que vai entrar em contato com o Detro e também com a empresa responsável por operar essa linha para verificar o que está acontecendo.
A gente agradece e o povo, ainda mais.
Se você me perguntou se tá feio ou tá bonito… É sufoco, é abandono, e tenho dito.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.