Carne cara, coluna Isabele Benito Igor Perez
Meu produtor, Igor Peres, que toda semana fecha esta coluna comigo, conversou com ele. Entre uma chamada de vídeo e outra, eu perguntei pra ele “Onde você tá?”. E ele respondeu: “Tô no supermercado, Isa.”
Foi aí que eu tive a ideia de pedir para ele perguntar pra quem vende a carne, no caso o açougueiro, se ele compra o produto. E essa acima foi a resposta do trabalhador. Resposta essa que, com certeza, toda e qualquer pessoa assalariada daria. Tá tudo caro! Ninguém consegue comprar o básico, imagine a carne pelo preço que tá.
O Igor inclusive falou “não tem ninguém na fila comprando carne, movimento tá fraco, só tem ele mesmo trabalhando, cortando uma pecinha aqui, ali…”. Ah, pra deixar claro: isso era na véspera do feriado de 7 de Setembro, quando todo mundo costuma fazer um churrasquinho ou comer algo diferente!
A gente sabe que tem inflação, mas é bizarro como quem trabalha é sempre que se ferra mais. Preços nas alturas, salário cada vez menor e poder de compra lá no chão… Não existe. E olha que a carne nem é um dos alimentos mais caros nesse Brasilzão de meu Deus. Tem outros muito piores: cebola, batata, leite, até o cafezinho! A conta não fecha.
Agora vêm dados de que o valor da cesta básica tá caindo, deflação disso, daquilo, mas ninguém sabe de verdade quando o povo vai conseguir ter comida e dignidade na mesa. Enquanto aqueles que se acham donos do país, os políticos, vivem uma verdadeira guerra, o brasileiro convive com uma outra bem mais desesperadora: a angústia de não saber o que vai comer amanhã. 3,2,1… É DEDO NA CARA!
Mais revoltante ainda é todo mundo saber que ele sim cometeu crime, só que teve alvará de soltura concedido. A garganta chega a fechar de raiva. Ser mulher nesse país é sufocante. A gente pode até respeitar decisão judicial, mas concordar, aí já são outros quinhentos.
Toda força à minha colega e que esse canalha pague de alguma forma pelo que fez, já que cadeia, já vimos que não vai rolar.
Exatamente… É direito! É claro que a gente não pode responsabilizar o motorista, até porque ele tá ali cumprindo ordens, mas eu duvido que o passageiro possa embarcar sem pagar os cinco centavos. Tem uns que até deixam, mas nem sempre!
Então, se é de responsabilidade da empresa disponibilizar o troco, bora fazer. A passagem é cara, o serviço é ruim, e a reclamação dos passageiros é muito justa. Por isso, se você me perguntou se tá feio ou tá bonito… Libera a merrequinha da galera aí, e tenho dito!
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